O Cruzeiro venceu o São Paulo por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, no Mineirão, pela partida de ida das quartas de final da Copa Libertadores. Além de ver o fim de um tabu de cinco anos sem derrota para o rival em Belo Horizonte, o time são-paulino agora precisará vencer o jogo de volta, no Morumbi, para avançar às semifinais.
Nesta quarta, o Mineirão se transformou num verdadeiro caldeirão para receber o São Paulo. O técnico Muricy Ramalho decidiu começar a partida com três zagueiros – Richarlyson fazendo a função do terceiro marcador. Na frente, Dagoberto e Washington ficaram encarregados de puxar os contra-ataques. Já o Cruzeiro entrou no 4-4-2, sem mistério.
Logo no primeiro minuto, os são-paulinos reencontraram Kléber, ex-jogador do clube que se tornou “inimigo” depois de defender o Palmeiras no ano passado. E o Gladiador, assim conhecido, quase balançou as redes depois de aproveitar falha de marcação dentro da área e chutar.
Apesar de jogar em função do contra-ataque, o São Paulo só teve uma jogada na primeira etapa: a bola aérea – essa aliás, é a principal arma do time desde que Muricy assumiu o comando, em 2006. Aos cinco minutos, Washington abriu pela esquerda e cruzou. Jorge Wagner bateu para o gol, mas a bola explodiu na marcação cruzeirense.
Aos poucos, o Cruzeiro começou a encontrar buracos no esquema do São Paulo. Gerson Magrão e Jonathan perderam boas chances ao chutarem de fora da área. O nervosismo, aliás, tomou conta dos jogadores. Kléber, que já é famoso por arrumar confusão, deixou a perna em Miranda. Em outro lance, Richarlyson chutou Jonathan no chão.
O Cruzeiro encontrou o gol aos 45 minutos do primeiro tempo. Henrique carregou até o bico da grande área e chutou. Denis desviou para escanteio. Na cobrança de Gerson Magrão, o zagueiro Leonardo Silva subiu e mandou de cabeça para o fundo das redes. “Treinamos essa jogada para surpreender o São Paulo. Deu tudo certo”, comemorou.
Apesar da desvantagem, Muricy continuou a apostar no esquema tático e voltou para o segundo tempo com a mesma formação. E, de certa forma, foi premiado. Aos 11 minutos, Zé Luis cruzou e Dagoberto cabeceou. Fábio fez linda defesa, mas deu rebote para Washington. O atacante bateu e Leonardo Silva não conseguiu afastar: 1 a 1 – o primeiro gol sofrido pelo Cruzeiro em casa na Libertadores.
Com o empate, o São Paulo cresceu. Adilson Batista, então, colocou Zé Carlos na vaga de Gerson Magrão. A alteração foi fatal para o time do Morumbi. Aos 19 minutos, Kléber tabelou com Jonathan. O lateral recebeu e cruzou. Zé Carlos, de primeira, mandou para o gol. O jovem Denis não conseguiu agarrar e a bola entrou.
Irritado, Muricy mudou a equipe. Tirou Dagoberto e Washington para colocar Borges e André Lima, respectivamente. Com as modificações, o treinador manteve o 3-5-2, na expectativa de ter maior volume nas jogadas aéreas. O time, porém, não teve forças para empatar e terá de jogar tudo no duelo de volta, no dia 17 de junho, no Morumbi.
Ficha Técnica:
Cruzeiro 2 x 1 São Paulo
Cruzeiro – Fábio; Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva e Gerson Magrão (Zé Carlos); Fabrício, Marquinhos Paraná, Henrique e Ramires; Thiago Ribeiro (Athirson) e Kléber. Técnico: Adilson Batista.
São Paulo – Denis; André Dias, Richarlyson e Miranda; Zé Luis, Eduardo Costa, Jean, Hernanes e Jorge Wagner; Dagoberto (Borges) e Washington (André Lima). Técnico: Muricy Ramalho.
Gols – Leonardo Silva, aos 45 minutos do primeiro tempo; Washington, aos 11, e Zé Carlos, aos 19 minutos do segundo tempo.
Árbitro – Carlos Chandia (Chile).
Cartões amarelos – Kléber (Cruzeiro); Dagoberto, Richarlyson, Miranda e Zé Luis (São Paulo).
Renda – R$ 1.376.847,00.
Público – 52.906 espectadores.
Local – Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG).