Um ano depois de cair para o Grêmio nas semifinais da Copa do Brasil, o Cruzeiro deu o troco e se classificou à decisão da edição de 2017 da competição. Nesta quarta-feira, devolveu o placar de 1 a 0 pelo qual foi derrotado na ida, em Porto Alegre, e levou a disputa para os pênaltis no Mineirão. Nas cobranças, a má pontaria gremista e a estrela de Fábio no último chute adversário, de Luan, garantiram a vaga ao time celeste.

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Ficou o gosto de revanche para o Cruzeiro após dois jogos muito disputados, mas de pouco brilho. O gol de Hudson no início de segundo tempo, de cabeça, deu a vantagem necessária aos donos da casa para levarem a disputa para os pênaltis. E com a classificação, o time celeste agora terá pela frente o Flamengo, nas finais que acontecerão nos dias 7 e 27 de setembro.

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Diante do mesmo Flamengo, o Cruzeiro sagrou-se campeão da Copa do Brasil em 2003, ano inesquecível para o torcedor pela conquista da “Tríplice Coroa”. Se repetir o título este ano, o clube mineiro de quebra igualará justamente o Grêmio como maior campeão da competição, com cinco troféus.

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Nesta quarta, Mano Menezes entrou em campo com uma formação surpreendente, sem nenhum atacante de ofício e com Élber na vaga normalmente ocupada por Sassá – contratado após o período de inscrição do torneio. Com a bola em jogo, ficou claro que Thiago Neves seria o homem mais ofensivo do Cruzeiro, atuando vezes como meia, outras como centroavante.

Enquanto isso, o Grêmio mais uma vez atuava ao seu estilo, com passes rápidos e apostando na ótima visão de jogo de Luan, que poderia ter encaminhado a classificação logo aos quatro minutos. Cercado por quatro marcadores, o atacante encontrou enfiada perfeita para Barrios, que saiu de frente para Fábio, mas chutou em cima do goleiro.

O Grêmio controlava o Cruzeiro, que via a opção de Mano não dar certo. Thiago Neves até se esforçava e era o jogador mais incisivo entre os zagueiros, mas faltava-lhe as características de um atacante. Ele só levou perigo quando saiu da área e, bem ao seu estilo, arriscou de longe. A bola teve um leve desvio no caminho e quase morreu no ângulo de Marcelo Grohe.

A tática adotada por Mano só surtiu efeito aos 32 minutos, quando Alisson apareceu como elemento surpresa entre os zagueiros e recebeu lançamento perfeito de Robinho. De cabeça, tentou deslocar Grohe, mas jogou em cima do goleiro. Era pouco para um time esforçado, brigador, mas que precisava do gol.

Por isso, Mano abriu mão de sua alternativa inicial e lançou a campo no segundo tempo Raniel, na vaga de Élber. E antes que o time pudesse assimilar a alteração, foi premiado. Aos seis minutos, Thiago Neves cobrou escanteio pela direita, Hudson subiu na linha da pequena área e cabeceou sozinho, sem chances para Grohe.

O gol deu voz à torcida, embalou o Cruzeiro e encurralou o Grêmio. Faltava, ainda, a criatividade, mas os donos da casa ganharam força e foram para cima. Em novo escanteio de Thiago Neves pela direita, quase ampliaram no belo voleio de Raniel, que tocou no gramado e encobriu o gol.

O domínio do Cruzeiro era claro, mas o Grêmio suportou e, bem postado na defesa, conseguiu diminuir o ímpeto do adversário, que só levou perigo mais uma vez, em cruzamento de Arrascaeta que Thiago Neves quase concluiu. Com isso, o jogo se encaminhou morno para os pênaltis.

Na disputa, Marcelo Grohe pegou duas cobranças do Cruzeiro, Fábio, apenas uma do Grêmio, mas quem garantiu a vaga foi o time mineiro. Isso porque Rafael Sóbis, Raniel e Thiago Neves converteram para os donos da casa – Robinho e Murilo perderam -, enquanto apenas Fernandinho e Arthur marcaram para o lado gaúcho. Edílson e Everton acertaram a trave, e Luan parou em Fábio na última cobrança gremista, para delírio da torcida da casa.

FICHA TÉCNICA:

CRUZEIRO 1 (3) X (2) 0 GRÊMIO

CRUZEIRO – Fábio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson (Rafael Sóbis), Robinho, Élber (Raniel) e Alisson (Arrascaeta); Thiago Neves. Técnico: Mano Menezes.

GRÊMIO – Marcelo Grohe; Edílson, Bressan (Bruno Rodrigo), Kannemann e Cortez; Michel, Arthur, Ramiro (Fernandinho), Luan e Pedro Rocha; Lucas Barrios (Everton). Técnico: Renato Gaúcho.

GOLS – Hudson, aos seis minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa/RJ).

CARTÕES AMARELOS – Diogo Barbosa, Thiago Neves, Hudson (Cruzeiro); Lucas Barrios, Cortez, Edílson, Kannemann (Grêmio).

RENDA – R$ 1.730.781,00.

PUBLICO – 50.243 pagantes (55.227 presentes).

LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).