Criticado, Cielo diz que não tem que fazer ninguém feliz

O brasileiro Cesar Cielo respondeu aos nadadores que criticaram a decisão da Corte Arbitral do Esportes (CAS, na sigla em inglês) de apenas adverti-lo pelo resultado positivo em um exame antidoping realizado durante o Troféu Maria Lenk, em maio. Na sua primeira entrevista após a revelação do polêmico caso de doping, o campeão olímpico ironizou os adversários que se declararam insatisfeitos com a decisão da CAS.

“Eu não tenho que fazer ninguém feliz”, disse Cielo, que foi liberado para participar do Mundial de Esportes Aquáticos na quinta-feira com a decisão da CAS de manter a advertência imposta pela Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA) pelo resultado positivo em um exame antidoping para a substância proibida furosemida.

Cielo poderia ter sido suspenso por até dois anos por conta do doping. Porém, a CAS, assim como a CBDA, aceitou a justificativa do brasileiro de que o resultado positivo para furosemida aconteceu por conta do consumo de um suplemento alimentar contaminado. Neste domingo, o brasileiro revelou que teria dificuldades para viver sem a natação caso fosse punido.

“Tentei imaginar minha vida sem isso e abriu um buraco enorme no meu peito. Dar mais valor ao que eu tenho na vida foi a grande lição que Deus me deu. As medalhas são sem dúvida grandes conquistas, mas quando eu estiver com 40, 50 anos quero lembrar dessa família que eu tenho e dos bons momentos que vão ficar guardados. O que tenho na piscina é impagável”, afirmou.

Neste domingo, Cielo se classificou para a final da prova dos 50 metros borboleta no Mundial de Xangai. O brasileiro registrou o tempo de 23s18 e terminou as semifinais em primeiro lugar. A final será realizada na segunda-feira e o brasileiro acredita que precisa registrar um tempo abaixo dos 23 segundos para conquistar a medalha de ouro.

“Tenho que tirar mais ou menos o tempo que fiz em Paris que foi 22s alto (22s98) pra brigar por uma medalha.Eu quero é nadar bem, tocar na borda com a certeza de que eu fiz uma boa prova e aí sim olhar o tempo. Cinquenta não tem favorito. Quem acertar tudo vai levar”, comentou.

Cielo optou por não participar das eliminatórias do revezamento 4×100 metros livre e viu o Brasil ficar fora da final. Ele, porém, minimizou o resultado e avaliou que não havia chance de conquistar medalha. “A equipe conseguiu a classificação para a Olimpíada. Aqui sinceramente acho que não teríamos muita chance de medalha. É um revezamento muito novo. Acho que em um ano a gente pode brigar”, analisou.

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