(Atenção: texto atualizado às 14h14 por que o futebol paranaense é muito dinâmico.)
Antes a pergunta era “se” teríamos a volta do futebol paranaense. Depois, passamos para o “quando”. Agora já não há dúvidas: neste sábado (18), às 14h, Rio Branco e FC Cascavel entram em campo no estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, abrindo as quartas de final do Campeonato Paranaense. Pouco mais de 120 dias depois, a bola vai rolar.
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Tenho certeza que há uma ansiedade monstruosa para todo mundo. Torcedores, principalmente, que não viam a hora de termos a volta do futebol paranaense, nessa tentativa de normalidade para o esporte. Afinal, já temos também marcada a largada das séries A, B e C do Brasileirão para o final de semana de 8 e 9 de agosto. Portanto, pra muita gente é uma ótima notícia a realização de partidas por aqui.
Há também o outro lado. Seguimos na escalada terrível de casos e óbitos decorrentes do novo coronavírus. Mesmo assim, e mesmo com o secretário de Saúde Beto Preto afirmando que estamos “no pior momento” da pandemia, o governo do Paraná afrouxou as restrições de atividades. Ato contínuo, a maioria das prefeituras tomou a mesma atitude. E com isso a volta do futebol paranaense se encaminhou. E antes mesmo da bola rolar já tivemos dois ‘quarentenados’: o técnico do Operário, Gerson Gusmão, e o supervisor do Fantasma, Tiago Alencar.
Volta do futebol paranaense: nada fácil
Com as portas abertas, Federação e clubes perceberam que não será nada fácil promover essa volta do futebol paranaense – sem contar as próprias confusões. Começou já com o fato de Paranaguá seguir em quarentena e por isso Rio Branco e FC Cascavel jogam em Ponta Grossa. Aí veio o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, avisar que não aceitaria jogos na cidade. Então, Londrina e Athletico se enfrentam domingo (19) em Cornélio Procópio. Cianorte x Operário acontece sábado no Albino Turbay, e depois de uma negociação que passou longe das autoridades de saúde, Paraná Clube e Coritiba se enfrentarão domingo na Vila Capanema.
A confirmação dos jogos por parte da Federação foi cercada de cautela. Era preciso correr para atender às exigências do Estatuto do Torcedor mas, ao mesmo tempo, eram necessárias as garantias das autoridades de saúde. E como ficou evidente nas últimas semanas, a última coisa que o poder público quer ter responsabilidade no Paraná é com jogo de futebol. O resultado foi essa confusão.
Essas indefinições são bem a cara do Brasil. Somos pró-ativos, adoramos ter ideias e criar novidades. Só esquecemos do dia seguinte. A TV Tupi, primeira emissora de televisão do Brasil, fundada em 1950, entrou no ar com um show todo organizado, cheio de atrações e autoridades. Depois do evento encerrado e da comemoração, alguém perguntou: “E o que vamos colocar no ar amanhã?”. A volta do futebol paranaense tem um pouco disso.
Eles serão responsáveis?
Os dirigentes dos clubes e o presidente da Federação são os responsáveis pela volta do futebol paranaense. Mas embutido nesse ‘mérito’ está uma imensa responsabilidade. Terão que garantir a integridade de jogadores, comissões técnicas, funcionários, árbitros e imprensa. Eles, os cartolas, assumiram a bronca de retomar as partidas em uma semana de marcas negativas sucessivas do combate ao coronavírus.
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A mesma coragem para dar declarações e criticar quem ainda acha ser cedo para voltar terá que ser mostrada pelos cartolas para aplicar um protocolo rígido que não exponha as pessoas que forem trabalhar nas partidas do Campeonato Paranaense. Apesar de serem especialistas em jogar a culpa para os outros, é hora deles assumirem essa responsabilidade. Eles têm a obrigação de garantir que não tenhamos problemas, até porque as autoridades lavaram as mãos.
Do lado de cá, resta a todos nós torcer, mais do que aos clubes do coração, por um retorno seguro. Que tudo dê certo, que não tenhamos más notícias. Há quem não acredite, mas o que mais queremos é falar de futebol.
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