A vida nunca é 100% do jeito que a gente quer. Isso serve pra mim, pra você e pra tentativa da volta do futebol brasileiro. Apesar de muito tentarem, os cartolas não vão conseguir o que pretendiam de todo. Ainda assim, há muitas chances de que o retorno dos campeonatos aconteça bem antes do que deveria.
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Há uma expectativa enorme entre os dirigentes de clubes, federações e da CBF para que países como Alemanha e Espanha retomem suas competições – isso seria uma espécie de ‘jurisprudência‘ para que os campeonatos estaduais fossem reiniciados. A notícia de que a volta do futebol alemão será dia 16 de maio foi comemorada nos gabinetes, inclusive nos do Paraná.
Momentos distintos
Só que há um porém bastante importante. O estágio da pandemia do coronavírus no Brasil é diferente do que a Alemanha. Sim, há diferenças gritantes entre os dois países, mas o que temos são dados para avaliar. O número de casos da covid-19 divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Ministério da Saúde, de 135.106 infectados, é o que os alemães tinham no dia 15 de abril, quer dizer, 22 dias antes.
Então estamos 22 dias atrás da Alemanha. Se usássemos uma conta simples, a volta do futebol brasileiro teria que ser em 29 de maio. É simples assim? Não. O que aconteceu no Flamengo – com 38 pessoas contaminadas em pouco mais de 180 testes feitos – deveria ser um sinal vermelho para pensarmos no retorno dos campeonatos. E no Grêmio também foram registrados casos, Diego Souza inclusive.
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Além do mais, na Alemanha houve um período mais longo entre treinos e a volta do futebol pra valer. Os primeiros clubes retomaram suas atividades em 6 de abril – então, 40 dias antes do reinício da Bundesliga. E voltaram sem qualquer previsão de jogos. Por aqui, havia mais interesse em marcar as partidas do que qualquer outra coisa.
O motivo? Dinheiro. Não se pode negar a crise gigantesca que estamos vivendo, e que atingiu também o futebol. Se clubes que faturam perto de um bilhão de reais estão demitindo e cortando salários, imagine os menores, do interior dos estados. E só com a retomada dos campeonatos é que as verbas de televisão serão recuperadas. Daí a pressa.
O cabo de guerra da volta do futebol
Clubes, federações e CBF já conseguiram andar bastante. Vários clubes treinam, em home office ou presencialmente. A volta do futebol tem apoio do governo federal, de algumas prefeituras (como Porto Alegre), de políticos e até mesmo de médicos. Além de contar com um apoio relevante de parte do público, naquela história de que é preciso entreter a população e salvar empregos.
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Só que do outro lado há o mundo real. Que chora pela semana com o maior número de registro de mortes por conta do coronavírus, que vê a curva de infectados crescer sem controle e que está em colapso do sistema de saúde em vários estados. Enquanto essa situação cruel seguir como nossa realidade, não é certo pensar em volta do futebol.
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