Desde dezembro, a torcida do Paraná aguarda a entrada de um investidor para tocar o futebol do clube – ou, ao menos, ser um parceiro na montagem do elenco. Passou esse tempo e até agora nada, mesmo com o interesse explícito da diretoria para que isso aconteça, numa situação que mostra a dificuldade gigantesca que o Tricolor vive.
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Quem está fora não tem a noção real da crise financeira paranista. A própria postura da diretoria, que não vem a público para esclarecer para o torcedor o que está acontecendo, aumenta essa incerteza. Lembro que em meados do ano passado, quando o empresário Carlos Werner obteve na Justiça a posse do Ninho da Gralha, houve a promessa da realização de uma entrevista coletiva para explicar tudo – tá aqui nessa matéria do Daniel Malucelli na Gazeta do Povo. Já virou o ano e nada.
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E continuamos sabendo das coisas por conta de decisões da Justiça – a mais recente envolve a antecipação de verbas do Espaço Torres para quitar atrasos. A sensação é de que está se desvestindo um santo (as contas de hoje) para vestir outro (o Ato Trabalhista), mantendo uma ciranda cada vez mais perigosa para o Paraná Clube.
Foi daí que a vinda de um investidor, ‘parceiro’, ‘anjo da guarda’, ‘salvador da pátria’ – seja o nome que for – virou a fórmula mágica do Tricolor. A notícia do interesse de russos empolgou a torcida, bem mais do que as conversas iniciais com Sérgio Malucelli e Eduardo Uram. Ainda há a expectativa. Mais: para os paranistas, ainda há a esperança.
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O que precisa ser lembrado é que um investidor para o futebol não resolverá todos os problemas do Paraná Clube. É um remédio imediato, uma espécie de Sonrisal pra diminuir as dores, mas não pra curar toda a doença. É certo que sem ninguém é pior, mas esse parceiro precisa trazer com ele um plano de longo prazo. Uma readequação de custos, uma inevitável separação do futebol com o social, um planejamento que não pense só em conseguir sobreviver aos próximos meses.
Um aporte financeiro tem que ser uma janela pro futuro do Tricolor, e não só uma vassoura pra colocar os problemas pra baixo do tapete.
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