A possibilidade da contratação de Jadson, 36 anos, pelo Coritiba, gera muita discussão. Para alguns, ele está acabado para o futebol. Outros dizem que ele não tem condição nem motivação para jogar. E há quem defenda a contratação do camisa 10 do Corinthians. Aí, botando a cuca pra trabalhar, lembrei de dez jogadores que chegaram em Athletico, Coxa ou Paraná Clube veteranos e botaram pra quebrar. Confere aí!
Ademir Alcântara – Coritiba
Quando chegou aos 33 anos, vindo do futebol português, o “Mestre” trazia dúvidas semelhantes às citadas quando se fala de Jadson – seria que ele teria condições físicas de ajudar o Coritiba? Não só ajudou, como no acesso para a primeira divisão em 1995, como também foi fundamental na formação de Alex, que vinha da base e virou protegido do armador. Jogava muito.
Beto – Paraná Clube
Capitão do Tricolor, líder dentro e fora de campo, o volante chegou ao clube em 2004, aos 31 anos, vindo da União Barbarense. As últimas grandes conquistas do Paraná – título estadual em 2006 e a vaga na Libertadores 2007 – tiveram Beto como personagem importante. A identificação fez ele tornar-se dirigente paranista nos anos posteriores.
Caio Júnior – Paraná Clube
Caio tinha 32 anos quando veio a Curitiba defender o Tricolor. Trazia na bagagem algumas passagens breves e sem sucesso. Mas aqui ele brilhou. Foi decisivo na conquista do pentacampeonato paranaense em 1997, tornando-se ídolo da torcida. Sua história ficou ainda maior como técnico, mas infelizmente a tragédia do voo da Chapecoense interrompeu sua trajetória.
Edinho Baiano – Athletico e Coritiba
No Paraná, Edinho estava no auge da forma. Quando foi para o Furacão, aos 31 anos, já não tinha a mesma velocidade, mas compensou com o talento e foi campeão paranaense em 1998. Mais veterano, aos 34, foi contratado pelo Coritiba e seguiu sendo o zagueiro impecável de sempre. É um dos grandes nomes da história do futebol paranaense.
Evair – Coritiba
Chegou ao Coxa em 2001, com 36 anos e já convivendo com as dores nas costas que o tiravam de várias partidas. Mesmo assim, jogou muito, tanto como centroavante quanto como meia-armador. Foram 41 partidas e 15 gols com a camisa alviverde. Ficou pouco menos de um ano no Alto da Glória, mas deixou saudades para o torcedor.
Gilberto Costa – Athletico
Com 33 anos, foi o capitão e cérebro do Athletico que levantou o título paranaense de 1990 na histórica decisão com o Coritiba. Não precisava correr, quem corria era a bola. Cobrava faltas como poucos, lançava com precisão e liderava o time – era o que o Furacão precisava naquele momento.
Lucho González – Athletico
Há quem conteste, há quem diga que ele não produz o que o Furacão precisa, mas a história do Athletico vencedor dos últimos anos passa por Lucho González. De 2016 para cá, quando o argentino chegou (com 35 anos), o clube mudou de patamar dentro de campo. Teve grandes momentos, principalmente em 2018, seu melhor ano. E é, para a diretoria, imprescindível dentro do elenco rubro-negro.
Paulo Baier – Athletico
Quando Paulo Baier deixou o Sport numa segunda-feira de 2009, muita gente pensou a mesma coisa – ele poderia jogar no Athletico. Dias depois, ele foi contratado, com 34 anos. Em quatro temporadas, jogou 256 partidas e fez 80 gols. E foi, disparado, o melhor jogador rubro-negro naquele período. Decisivo na volta à primeira divisão em 2012, o camisa 10 segue ídolo, mesmo já tendo virado treinador.
Tadeu – Paraná Clube
José Tadeu Martins já tinha 31 anos quando foi contratado pelo Paraná Clube após ser o comandante em campo do Londrina campeão paranaense de 1992. E repetiu a dose na Vila Capanema. Seu futebol clássico dava gosto de ver. Conquistou títulos paranaenses e desfilou seu talento em três temporadas com a camisa tricolor.
Wilson – Coritiba
Aos 31 anos e após uma passagem apagada pelo Vitória, Wilson foi contratado pelo Coritiba em 2015 para suprir uma posição carente da saída de Vanderlei. Virou titular, capitão, cobrador de faltas e pênaltis e ídolo da torcida nas temporadas seguintes. Segurou a onda nos momentos mais complicados, e não teve sua posição contestada até o ano passado, quando Alex Muralha chegou.
Fracassos
Nem todos os velhinhos se deram bem por aqui. Em 1995, o Coritiba trouxe Jorge Seré, 34 anos, que tinha ganhado tudo no Nacional de Montevidéu. Mas o goleiro ficou marcado pelas trapalhadas em campo e pela saída tão rápida quanto a chegada. Três anos mais tarde, o Coxa tentou armar um time de medalhões, e contratou Ronaldão, 33, para ser o zagueirão. O tetracampeão mundial foi engolido por Warley na final do Paranaense de 1998 e acabou dispensado. No Athletico, a tentativa de um goleiro veterano levou o clube a contratar Navarro Montoya, 40, no meio da temporada 2006. Jogou só três partidas no Furacão e não deixou saudade. Em 2017, Grafite, 36, veio como o homem-gol atleticano para a Libertadores. Só fez um em 24 partidas e pediu para sair. Fechando a lista, Carlos Eduardo, 31, veio para ser o camisa 10 do Paraná Clube no Brasileirão de 2018. Teve uma atuação abaixo da crítica e nem terminou a temporada.