Começa nesta sexta-feira (7) a Série B mais equilibrada da história. Quase cinco meses depois da paralisação do futebol brasileiro, e menos de três semanas depois do retorno, vinte clubes lutam por ‘quatro títulos’ – no caso, as vagas para a primeira divisão. Os efeitos da pandemia do novo coronavírus foram fortíssimos, e fazem da disputa que inicia com duas partidas (e com o Paraná Clube em campo diante do Confiança, em Sergipe) a mais imprevisível desde a adoção dos pontos corridos.

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E essa é uma boa notícia para o Paraná e também para o Operário, o outro representante do estado na Série B. A Segundona já é naturalmente uma competição onde as diferenças financeiras não são gigantes (exceção a um ou outro ‘grande’ que está na disputa), e a crise generalizada iguala todo mundo. Não é o cenário perfeito, é claro, mas já que está assim, que se aproveite.

Até porque o protagonista da Série B, o Cruzeiro, vive uma crise financeira sem precedentes. Chegou a ser ameaçado de rebaixamento sumário nesta semana por conta de falta de pagamentos. Perdeu quase todos os principais jogadores (Robinho saiu por decisão da Justiça há dois dias), segue com problemas internos e investigações externas. Favorito, claro que o clube mineiro é, mas não é o time que vai passar de passagem pela Segundona.

O Tricolor na Série B

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O Paraná Clube esperava chegar neste início de campeonato em situação financeira mais sólida. Mas as parcerias negociadas não vingaram, e o clube está lutando com o que tem para montar uma equipe competitiva. Houve a compreensão – correta – de que o elenco que disputou o Paranaense tinha carências muito grandes. E, por isso, mais uma vez o Tricolor entra na Série B com o segundo elenco da temporada.

Alguns jogadores que chegaram não são muito conhecidos – mas isso não é indicativo de qualidade. Claro que se tivesse condições a ida do Paraná ao mercado seria bem diferente. Mesmo assim, houve boas apostas, como a contratação do gigante colombiano Salazar, do Rio Branco, e a vinda de Bruno Gomes, vinculado ao Internacional mas com rodagem na Europa.

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A permanência de Fabrício e a saída de alguns jogadores que não demonstraram qualidade pra jogar uma Série B também são boas notícias. Mesmo com um número menor de jogadores no grupo, o Paraná ganha fôlego para qualificar o time. É preciso ter time e ter elenco. Allan Aal faz um bom trabalho de acordo com as possibilidades, o onze titular do Tricolor tem bons valores – Fabrício, Thales, Carlos Dias, Renan Bressan, Thiago Alves -, mas é preciso ter mais força pra encarar uma Segundona quase insana por conta do calendário.

O Fantasma na Série B

Com uma estrutura sólida e capacidade de investimento maior, o Operário abre a Série B com um panorama muito interessante. A decepção de ser eliminado nas quartas de final do Campeonato Paranaense reforçou a necessidade de contratar, e o Fantasma foi ao mercado com fome. Já vieram oito jogadores e o nono está pra ser confirmado. Em comum a eles, experiência em Segundona.

Jefinho treinando a pontaria. Foto: José Tramontin/OFEC

Talvez esse detalhe tenha faltado ao time do ano passado, que bateu na trave no acesso. Com o fim do ciclo de boa parte do elenco que fez a caminhada de reconstrução do clube, era a hora de entregar novas peças para Gerson Gusmão. Mas sem mudar o estilo de jogo implementado desde 2015, com força na marcação e jogo ofensivo de velocidade. Com um grupo encorpado, o Operário está na briga nesta Série B.

Os candidatos

Seria exagero falar que os vinte participantes disputam o acesso. Mas quase todos sim, por conta do equilíbrio que eu falei lá em cima. Claro que o Cruzeiro ainda desponta na frente, mas não tão à frente de América-MG, Guarani e Ponte Preta. Os catarinenses são incógnitas, assim como o Vitória. O Juventude promete, o Botafogo-SP pode surpreender, os alagoanos não empolgam, o Náutico não tá bem. Brasil, Oeste e Cuiabá nunca dá pra prever. E Confiança e Sampaio Corrêa entram como as zebras.


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