Nos últimos dias, CBF, federações e clubes discutem como ficará o esporte depois da pandemia do novo coronavírus. Na terça-feira (31), postei alguns caminhos para solucionar o calendário do futebol brasileiro. Mas ainda de forma incipiente, sem me aprofundar sobre as possibilidades.
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Eis que então o engenheiro Horácio Wendel, que já montou tabelas para a CBF, me mandou um e-mail: “Envio-lhe meu projeto para o calendário de transição para o europeu, e como seria o calendário definitivo, totalmente detalhados. Este trabalho está nas mãos de CBF, Globo, Turner e com alguns presidentes de clubes da Serie A que apoiam o calendário europeu. Esteja a vontade de reproduzir na Tribuna do Paraná o que você achar necessário para divulgação”.
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Agradeço ao Horácio pela contribuição. Resumidamente, ele vê que abriu-se a porta para uma revolução no futebol brasileiro, com o que resta desta temporada como transição. Como ele mandou um arquivo bem amplo, eu vou editar alguns trechos pra não ficar um texto gigante – no final, deixei o material completo pra quem quiser ler. Mas a partir de agora é com ele! Respire fundo e mergulhe!
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Adaptação do calendário do futebol brasileiro
Introdução
Este meu projeto resolve todos os problemas que a comunidade do futebol reclama há anos. Contenta jogadores, técnicos, clubes, federações, sindicatos, CBF, Globo e Turner – e, principalmente, torcida e imprensa.
O calendário europeu no Brasil não se limita a sincronizá-lo com as competições da UEFA, como a Argentina já fez. São 15 frentes de mudanças conjunturais, que os presidentes dos 20 clubes da Série A vão ficar encantados.
O grande chamariz deste projeto são 11 meses de bola rolando – com 15 dias de férias entre Natal e Ano Novo e 15 dias na primeira quinzena de julho, permitido pela reforma trabalhista, que a Alemanha pratica, e pré-temporada de 15 dias embutida nos 11 meses. O jogador brasileiro não aguenta 10 meses contínuos de atividade no atual rigor do calendário.
O pay-per-view da Globo nunca terá redução de assinantes, e os clubes recebem sua cota total. Após 2 períodos de 15 dias de férias, o torcedor não terá motivos para cancelar o PPV, porque as paradas sempre recomeçam com o campeonato brasileiro, um chamariz para evitar cancelamentos. Acaba a entressafra no futebol, acabam as longas paradas de verão.
Mudanças básicas
A Serie A teria 18 clubes em 34 domingos, e a Serie B 18 clubes em 34 sábados. Caem e sobem 3 clubes. Agora os clubes podem valorizar a Serie A para venda de direitos ao exterior, porque os jogos das 16h entram no horário nobre das 21h na Europa. Eliminam-se as 11 quartas-feiras hoje destinadas ao Campeonato Brasileiro.
A Serie D tem 64 clubes em 16 datas, e depois disso a Série C com 32 clubes em 18 datas, usando os mesmos 34 domingos da série A. Estas 2 competições não são simultâneas, para espalhar as competições ao longo do ano e assim abrir brecha para a nova Serie E regionalizada – onde 8.000 atletas de 324 clubes das primeiras, segundas e terceiras divisões estaduais terão 11 meses de atividade, usando 34 domingos e 48 quartas feiras, em jogos de encaixe de rodadas incompletas, inédito no pais.
Os campeonatos estaduais usam 14 domingos, porque as 4 diferentes fórmulas de disputa para 8, 10, 12 e 16 clubes (existentes nas 27 federações), todas resultam em 14 datas. Os estaduais serão revitalizados, porque além de somente aos domingos, usam os meses nobres de julho a dezembro.
Vantagens
O grande trunfo deste projeto está na sequência hierárquica e cronológica das competições, ou seja, uma competição só começa depois que a competição anterior termina com os classificados conhecidos, para manter acesa a chama do torcedor. Isto foi feito sem interferir na sequência das competições da Conmebol.
Cada clube joga no máximo 72 vezes por ano, mas seus atletas jogam no máximo 60 vezes por ano. Então cada clube precisa de um acréscimo de 20% de jogadores titulares, para cumprir o rodízio no calendário de jogos.
Ano de transição
Também está na Globo o calendário de transição de 57 domingos, agora de 31 de maio de 2020 a 27 de junho de 2021. O estaduais são cancelados, mas começam do zero usando 14 datas. Serie A com 20 clubes em 38 domingos, um sábado para a final da Sul-Americana em Córdoba, um sábado para a final da Libertadores no Rio de Janeiro, um amistoso da seleção brasileira no sábado de Carnaval e duas semanas de férias entre Natal e Ano Novo, após as férias agora concedidas. O futebol brasileiro entrará nos eixos, terá um cardápio para atender todos os bolsos.
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Neste calendário de transição do futebol brasileiro, os campeonatos regionais aconteceriam simultaneamente às Séries A e B, iniciando em 14 de junho e terminando em 20 de dezembro. O período de férias seria entre 21 de dezembro e 4 de janeiro de 2021, com os jogos retornando no dia 9. Em janeiro e fevereiro, só seriam marcados jogos noturnos, para evitar o desgaste extremo dos atletas.
Libertadores, Copa do Brasil, Sul-Americana e datas Fifa seriam nos meios de semana. E a temporada 2021/22 teria início em 18 de julho, com os campeonatos estaduais.
Voltando
O roteiro pensado pelo Horácio Wendel é bem amplo e contempla todas as possíveis situações de ajuste do calendário do futebol brasileiro. Que mereça ao menos a análise de quem manda nas nossas entidades e clubes.
O projeto completo enviado ao Botafogo
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