No dia 24 de maio de 2017, um jogador teve talvez a grande atuação individual da história recente do Paraná Clube. E levou muita gente às lágrimas naquela vitória por 3×2 sobre o Atlético-MG pela Copa do Brasil. Guilherme Biteco fez dois gols, homenageou o irmão Matheus, uma das vítimas da tragédia da Chapecoense, e fez o torcedor paranista ter orgulho do time.
A capa da Tribuna do Paraná no dia seguinte, com a foto de Albari Rosa e a edição de Carlos Bório e Eduardo Aguida, resumia com perfeição o que acontecera no Couto Pereira.
Dois anos e oito meses depois, o meio-campista volta ao Ninho da Gralha. Está passando por um período de recuperação médica. Biteco não está contratado, ele apenas pediu para treinar no Tricolor. Mas, claro, já se discute – inclusive internamente – se vale a pena contar com ele de volta.
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E é uma situação em que o emocional e o racional se misturam. Biteco representa um momento importante da história recente do Tricolor, se identificou rapidamente com clube, cidade e torcida (assistiu ao clássico com o Athletico na galera) e tem uma história de vida realmente tocante. Mas, ao mesmo tempo, desde a lesão grave que teve no mesmo 2017 jogou apenas seis partidas, sofreu com outras contusões (de maior ou menor grau) e hoje coloca uma dúvida se poderá jogar novamente com constância e qualidade.
O futebol gerido pela emoção não teria dúvidas. Biteco se recupera e volta a jogar pelo Paraná. Aí, seria torcer pra que desse tudo certo. Já o futebol comandado pela razão também não teria dúvidas. Em um cenário de pouco dinheiro (até a chegada do investidor) e necessidade de apostar com mínimo risco, não seria uma contratação interessante.
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Equilibrar-se entre esses dois lados será o caminho dos responsáveis do futebol paranista nos próximos meses, até a plena recuperação de Guilherme Biteco. Por enquanto, só há que torcer para que ele fique 100%. E se a decisão fosse agora, a prudência recomendaria não contratá-lo.
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