O primeiro clássico do ano fez história por marcar os 30 anos do Paratiba. E tal como o primeiro confronto entre Paraná Clube e Coritiba, a vitória neste domingo (26), na Vila Capanema, foi alviverde e por 1×0. Mas se em 1990 o gol veio de dois jogadores que a torcida gostava (passe do ídolo Tostão e conclusão do voluntarioso Paulo César), dessa vez foi o contestado Thiago Lopes, respondendo aos que reclamam dele e gerando uma onda de “nunca critiquei” nas redes sociais.
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A movimentação dos dois times foi a conhecida desde o início – apesar da empolgação paranista nos primeiros minutos. Sem a bola, os donos da casa se posicionavam com duas linhas, e Jhony (depois Kaio Douglas) à frente da zaga. Na saída para o ataque, Robson virava o armador, com Andrey e Raphael Alemão saindo em velocidade. Foram os dois que mais produziram, inclusive com Alemão perdendo o gol na cara de Alex Muralha.
Já a proposta alviverde era de reter a posse de bola e ir, sem correria, encontrando espaços na defesa adversária. Gabriel, Rafinha e Robson trocavam de posição, o que gerou boas jogadas. William Matheus, apesar de ser não ser o ideal, é quem o Coxa tem de opção mais confiável na lateral-esquerda, e foi por lá que saiu a melhor chance dos visitantes.
A competitividade natural de um clássico mantinha a temperatura alta, mas o jogo não apresentou muito no primeiro tempo. Avaliando pela régua tática dos times, o Paraná teve êxito na organização ofensiva, o Coritiba teve êxito em dominar o jogo. Noves fora, o 0x0 que ficou os primeiros 48 minutos no placar da Vila Capanema.
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Aí entra o personagem do clássico. Thiago Lopes é muito cobrado pelo torcedor do Coxa. E não foi bem nas primeiras partidas do Estadual. Eu mesmo falei no jogo passado que era preciso preservá-lo, dar um tempo. Mas o futebol escreve uma história a cada jogo. No clássico, jogando sem pressão na casa do adversário, ele entrou bem quando precisou substituir Matheus Galdezani. E fez um belíssimo gol de falta. E não há melhor resposta do que em campo. Thiago respondeu às críticas – inclusive as minhas – com bom futebol.
Quando o Coritiba abre o placar, era preciso que os times ‘virassem a chave’. Na frente, o Alviverde não precisava mais pressionar. E, atrás, o Paraná precisaria atacar. E aí mora a grande dificuldade tricolor, que na verdade já vem do ano passado, mesmo que quase todas as peças tenham mudado. Falta força ofensiva, porque na hora da necessidade não adianta ter apenas Alemão e Andrey correndo e tentando jogar. É preciso que laterais e volantes sejam participativos e que o armador chame o jogo. Nada disso aconteceu.
Apesar de ter sido decidido na bola parada, o clássico teve um vencedor justo. Foi o Coxa quem mais quis vencer a partida, e o gol foi resultado dessa superioridade.