Em um mesmo dia, perdemos mais de mil vidas por conta do coronavírus e lamentamos o assassinato de um adolescente no Rio de Janeiro. Nesse mesmo dia, a volta do futebol brasileiro foi discutida em Curitiba – com a FPF enviando protocolos para a Secretaria de Saúde – e em Brasília – com os presidentes de Vasco e Flamengo se reunindo com o presidente de República. Será que esse povo não se toca?
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Caramba, será que dirigentes e políticos não percebem a extensão, a gravidade dessa pandemia? O último boletim sobre a covid-19, divulgado na noite desta quarta-feira (20), apontou 291.579 infectados e 18.859 mortes. Isso não comove vocês?
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Choramos a cada tragédia aérea, como o terrível acidente da Chapecoense. Mas por que há quem não chore por quase 20 mil mortos em dois meses? Qual é o tamanho dessa falta de sensibilidade? Por que o futebol precisa estar tão deslocado da realidade – e, pra piorar, ainda mostrar pra todo mundo que tá deslocado da realidade?
Precisa disso?
Por que os cartolas pressionam tanto pela volta do futebol? Eu sei, todo mundo sabe da importância do esporte. Como diz aquela música, “eu gosto é de futebol, os meus amigos estão no futebol“. Mas estamos falando de vidas, de falta de condições, de famílias que perdem seus entes, de pessoas. Não são números.
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Não é hora de pensar se o Campeonato Carioca pode ser jogado em Brasília, se teremos treinos presenciais em Curitiba. Não é hora de “ainda bem” ou de “e daí?”, ou de passar pano pra assassinato de adolescente. E nem de volta do futebol. É hora de ficar em casa, de cuidar dos seus e ajudar a cuidar de quem precisa sair para trabalhar. Hora de comprar em lojas perto de casa, de confiar na ciência e de lavar as mãos.
É hora de pensar na vida.
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