No meio dessa pandemia do coronavírus, começamos a ver sinais emitidos por clubes e entidades para aliviar crises do momento e, quem sabe, dar novos parâmetros para o futuro do futebol. Será que o esporte está integrado totalmente à sociedade ou vive a tal ‘realidade paralela’ que tanto se fala?
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Discute-se há muito tempo sobre a distorção de investimentos no futebol brasileiro. Temos um Flamengo que gasta milhões e milhões para contratar e pagar salários e fatura na mesma medida tanto dentro quanto fora de campo, mas tempos milhares de clubes menores que vivem o drama de não terem competições para jogar.
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Da mesma forma temos jogadores que ganham centenas de vezes o valor que reclamamos em juízes, parlamentares e altos funcionários públicos, enquanto a maior parte dos atletas profissionais não pode fazer do futebol a sua única atividade.
É a hora
Pode parecer populista, mas precisamos enfrentar algumas destas situações agora, em meio ao coronavírus. O Barcelona vai reduzir os salários de seu elenco principal em 70% para que os funcionários do clube tenham a manutenção de seus vencimentos integrais. A Fifa enfim admitiu que pode usar o seu caixa para atender países e clubes mais atingidos pela parada.
O que temos no Brasil? Por ora, praticamente zero de atitudes. Clubes e atletas das divisões de elite não se acertaram sobre redução salarial, os times menores aguardam para receber direitos de transmissão dos campeonatos estaduais, as federações só pensam em concluir suas competições, a CBF não se manifesta.
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Sei que o futebol movimenta muito dinheiro. E que há muita coisa estranha ou obscura. Só que essa pandemia do coronavírus pode servir como freio de arrumação. Para reduzirmos a folha salarial dos clubes, adequando à realidade da nossa economia; diminuir os custos obrigatórios, aqueles que fazem CBF e federações serem cartórios de luxo; enxugar competições que não dão resultado financeiro; e criar um ambiente favorável para mais investimentos em mais clubes, não somente nos mesmos.
O pós-pandemia do coronavírus
Como não temos sequer um panorama claro para o final das medidas de isolamento e um retorno gradual às atividades do esporte, o impacto completo da pandemia no futebol não dá pra ser medido. Mas, assim como nas decisões de saúde pública e de economia, a tarefa agora é de minimizar os efeitos – para clubes, entidades e atletas, mas principalmente para os chamados empregos indiretos.
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São esses, que estão envolvidos no mundo do futebol mas não são protagonistas, que precisamos olhar. Que precisam ficar em casa para cuidar da saúde deles e dos familiares, mas que podem ter suas dificuldades reduzidas com a ação que Barcelona e Fifa já mostraram ser possível. Podemos ser mais comprometidos, e a hora é essa.
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