Brasileirão tem que ser a prioridade do nosso futebol

Pressionado pelas federações, o presidente da CBF Rogério Caboclo admite reduzir o Brasileirão. Uma vergonha. Foto: Divulgação/CBF

A discussão sobre a volta do futebol brasileiro continua, mesmo que estejamos distantes de uma retomada na prática – ainda há muito a ser feito para achatarmos a curva de casos do novo coronavírus no País. Mas as negociações em andamento vão todas para o mesmo caminho: a conclusão integral dos campeonatos estaduais e depois um possível encaixe do Brasileirão nas datas disponíveis até o final de 2020. É um erro gigante.

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Por mais que seja compreensível a realização dos estaduais antes (e nesta quarta, 15, falarei mais disso), a prioridade do nosso futebol após a volta das atividades tem que ser o Campeonato Brasileiro. É a principal competição da temporada, e não pode ser retalhada por causa das necessidades. Adaptada sim, com certeza, mas nunca reduzida.

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O isolamento exigido para o controle do novo coronavírus paralisou as competições de futebol no mundo todo. Por aqui, estaduais e os torneios internacionais foram pegos em andamento. Já há uma corrente na Conmebol admitindo inclusive a suspensão da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. Uma medida drástica por conta da dificuldade das viagens – não esperem a vida voltando à normalidade; a vida ‘normal’ do futuro de curto prazo será bem diferente de dois meses atrás.

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Só que no Brasil cada vez mais é remota a possibilidade do cancelamento dos campeonatos estaduais. Tudo por conta de uma situação simples – são as federações que definem, em última análise, o presidente da CBF. E por isso elas sempre terão suas demandas atendidas. É bom lembrar que, na primeira semana após a paralisação por causa do novo coronavírus, a presidente da Federação Paraibana já avisava que os regionais seguiriam normalmente.

Se virem!

Se o lobby dos cartolas é invencível, a CBF tem a obrigação de dar jeito para a realização do Campeonato Brasileiro. Vai ser necessário ultrapassar 2020 e terminar a competição em 2021, pelo menos usando janeiro (ou talvez fevereiro). A Federação Nacional dos Atletas de Futebol já se manifestou favorável a uma mudança emergencial do tempo entre as partidas, de 66 para 48 horas. Os clubes topam um calendário que contemple o Brasileirão inteiro.

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Falta apenas vontade política para a CBF, que diz ter planos para a retomada do futebol em junho, julho ou agosto, dependendo do combate ao novo coronavírus. De qualquer forma, precisamos de um Campeonato Brasileiro com 38 datas para as séries A e B, e integrais também nas séries C e D. E se faltam motivos, vai aí o principal: com Brasileirão menor, o dinheiro da TV cai. Você quer que seu clube tenha menos grana?

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