Começamos a semana com mais uma interinidade no Athletico, a segunda de Eduardo Barros. Nos últimos anos, tivemos Bruno Pivetti, Tiago Nunes (sim, foi interino até o título da Copa Sul-Americana), Sérgio Vieira, Leandro Ávila, Alberto Valentim… E a conta seguiria mais algumas linhas. O clube que mais mudou de técnico desde a adoção dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro entra em nova reflexão. E quem deve ser o novo técnico do Furacão?

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Na verdade, a diretoria precisa primeiro parar para refletir. O que acontece que justamente no clube que se coloca como ousado e inovador os técnicos não ficam? Referência em tantas coisas, o Athletico não é referência em segurança para o trabalho dos treinadores. Até imaginava que essa cultura mudaria com Paulo André, tão preocupado com a evolução do futebol brasileiro, mas pelo contrário. Na primeira turbulência a corda arrebentou para Dorival Júnior. Que foi demitido por telefone.

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Cabe a quem manda no Athletico – e só tem um, Mário Celso Petraglia – compreender que a rebeldia que está agora entre os pilares do clube não pode significar fazer o que bem entende. Certamente ele, com 25 anos de Furacão, sabe que o problema não estava só no técnico. Até porque Dorival Júnior passou por um processo de seleção semelhante ao de grandes empresas. Houve tempo para descobrir que ele não se encaixava no perfil do clube. E, por coincidência, isso aconteceu logo depois de quatro derrotas.

Já dizia aquela piada com fundo de verdade: três pessoas decidem no Athletico, o Mário, o Celso e o Petraglia. Foto: Albari Rosa/Arquivo

O Athletico deve contratar?

O primeiro olhar após a saída de Dorival Júnior foi pensar em quem se encaixaria no discurso do clube – ressaltado por Paulo André na entrevista após a derrota para o Fluminense. E seriam poucos nomes: argentinos como Gabriel Heinze e Sebastian Beccacece, o espanhol Miguel Ángel Ramírez, quem sabe Rogério Ceni, talvez Roger Machado. Pela torcida, Tiago Nunes. Por Petraglia, Fernando Diniz. Um panorama curto, mas com nomes bastante interessantes.

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E já que falamos em ambição, ousadia e inovação, o Athletico poderia fazer uma aposta mais alta. Não em medalhões, mas sim num técnico que pudesse sacudir de verdade o clube. Seria uma tacada para dar uma chacoalhada no elenco, que parece precisar de um choque.

O Athletico vai contratar?

Mas a tendência atual é que Eduardo Barros vá ficando no estilo Tiago Nunes. Siga interino, se der certo continua interino, mas se não funcionar retorna ao posto. Ele tem o apoio de Paulo André e dos jogadores, o que é uma grande vantagem. Mas será que o jovem técnico terá autonomia para escalar, se for o caso atacar feridas que estão prejudicando o time? E, principal, será que Petraglia o quer?

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Eduardo Barros é bastante estudioso, já tem tempo de trabalho dentro do Athletico, tem apoio interno e foi auxiliar de Fernando Diniz – e, sim, isso faz diferença. Não será surpresa se ele ficar, e se o Furacão entrar nos eixos, dará razão a quem apostou nele. Mas que o treinador interino possa trabalhar, sem pressões e sem que queiram mandar no time mais do que ele.