O dia na história: o futebol paranaense em 6 de fevereiro

Borba Filho - "seu Borba" pra gente - foi destaque em 6 de fevereiro de 1981. Foto: Antonio More/Arquivo

Gostaria muito de fazer esse post todo dia, quem sabe com o tempo e mais organização eu consigo isso. Mas vamos lá com mais um “O dia na história”, focalizando o que foi notícia no nosso futebol num 6 de fevereiro através dos anos. O primeiro foi no dia 28 de janeiro, quando Fedato, Afinho e Jackson estavam nas manchetes.

Vamos de novo viajar no tempo, travando em 6 de fevereiro e vendo onde iremos parar.

1932 – O autor do hino e o primeirão

Athletico, Athletico, conhecemos seu valor…”. Essa frase que todo torcedor sabe de cor tem autores – Zinder Lins e Genésio Ramalho. Os compositores do hino do Furacão fizeram história também em campo. Genésio era ponta e Zinder era meia, “incontestavelmente um perfeito conhecedor dessa posição”, como dizia o Diário da Tarde em 6 de fevereiro de 1932. Naquele dia, a notícia era que Zinder estava a caminho do futebol gaúcho.

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Com ele estava indo Patesko, destaque do Palestra Itália – que está nas origens do Paraná Clube. Rodolfo Barteczko seguia um caminho que o levaria mais tarde ao Botafogo, e de lá para a seleção brasileira. Ele foi o primeiro jogador paranaense a defender o Brasil em uma Copa do Mundo, a de 1934. E também foi titular na de 1938, ao lado de Domingos da Guia, Tim e Leônidas da Silva.

1937 – Saiu o regulamento

Em 6 de fevereiro de 1937, o destaque do jornal O Dia era a definição do regulamento do Campeonato Paranaense daquele ano. Naquele tempo, eram 12 meses de disputa – o Estadual (“Estadoal”) começou em abril de 1937 e terminou em abril do ano seguinte. Em resumo, três regiões tinham campeonatos separados – litoral (mais ou menos, como se verá abaixo), interior e capital.

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Os campeões de cada região iriam à fase final, mas os vencedores de litoral e interior se enfrentavam para encarar o melhor time da capital. Fórmula criticada pel’O Dia: “Por que não se colocarem num mesmo plano de igualdade todos os concorrentes do título supremo?”, diz o texto. A Federação Paranaense de Futebol não mudou de ideia e o Operário (pelo interior) passou pelo Iraty (pelo litoral), mas não resistiu ao Ferrovário, campeão paranaense de 1937.

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

1947 – Visita carioca

Jogos interestaduais ainda eram raros em 1947, por isso o Diário do Paraná fez uma mega chamada da vinda do Botafogo para amistosos com o Athletico e o Coritiba. Então dirigido pelo uruguaio Ondino Viera, o time carioca, “o mais simpático entre os paranaenses” já era uma das marcas do futebol brasileiro, e contava à época com o mítico Heleno de Freitas.

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Pausa para o nosso patrocinador

1956 – Uma vaga em disputa

Em 6 de fevereiro de 1956, ainda era 1955 no Campeonato Paranaense. E havia uma vaga em jogo para a terceira fase, disputada em ida e volta por Ferroviário e Água Verde. E foi uma “peleja agradável jogada sob o calor causticante que tomou conta da cidade”, como conta o Diário da Tarde, deu Boca Negra sobre o “esquadrão hidro-esmeraldino” por 4×2 no estádio Orestes Thá. Braguinha foi o dono do jogo, marcando três gols – se fosse hoje, pediria música no Fantástico.

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

1970 – A mina de ouro

Dorval, integrante da maior linha de ataque da história (Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe) no Santos, jogou no Athletico de 1968 a 1971. Mas as renovações de contrato tiravam a paz dos dirigentes rubro-negros. No Diário do Paraná de 6 de fevereiro de 1970, o presidente Rubens Passerino Moura perdeu a paciência na negociação, após o ponta-direita fazer uma pedida estratosférica. “É o fim do mundo. Os jogadores pensam que nós temos uma mina de ouro aqui na Baixada”, disse.

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

1981 – O milagreiro

Ronaldo Borba Filho era o nosso João Saldanha. Comentarista de rádio, TV e jornal, virou treinador e participou de vários momentos importantes do nosso futebol. Na edição 560 de Placar, de 6 de fevereiro de 1981, ele era o destaque após a classificação do Coritiba para a segunda fase da Taça de Prata, a segunda divisão da época. Eram outros tempos, inclusive com Borba admitindo ao repórter Roberto José da Silva uma ‘mala branca’ enviada ao Cascavel.

Foto: Reprodução/Google Books

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