Pelas redes sociais, torcedores escolheram quatro finais Atletiba do Campeonato Paranaense para serem relembradas aqui no blog. Duas foram apresentadas na segunda-feira (3), e nesta terça (4) seguem as outras duas, postadas no mesmo horário. Aqui, vamos recordar o título do Coritiba conquistado em cima do Athletico em 2004. Uma das séries mais emocionantes da história do clássico, e que tem uma imagem marcante – a que está aí em cima.
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Tuta, que tinha sido campeão paranaense em 1998 pelo Furacão em cima do Coxa, acabou entrando para a história do Atletiba com a camisa alviverde, por conta do gol do título de 2004 e sua emblemática comemoração pedindo silêncio à torcida rubro-negra. Foi o ápice de uma decisão que talvez reuniu o maior número de talentos dos dois lados.
Estavam em campo símbolos da raça da dupla Atletiba como Rogério Corrêa, Alan Bahia, Marcão e Reginaldo Nascimento, jogadores de qualidade como Marinho, Luís Mário e Fernando Prass, nomes conhecidos internacionalmente como Aristizábal e o próprio Tuta, jogadores de seleção como Adriano (o lateral), Ilan, Washington, Dagoberto e Jadson e dois titulares em Copa do Mundo, Miranda e Fernandinho. Tá bom assim?
“Trio de Ouro”
O Coritiba queria fazer de 2004 um ano de transformação. Quinto colocado no Campeonato Brasileiro do ano anterior e com vaga na Libertadores, o clube abriu os cofres para remodelar o time. Vieram o zagueiro uruguaio Esmerode, que fracassou, Luís Carlos Capixaba, destaque do São Caetano, e o que foi chamado de “Trio de Ouro“: Luís Mário, que brilhara no Grêmio; Tuta, que estava no futebol coreano; e Aristizábal, que tinha sido campeão brasileiro no ano anterior pelo Cruzeiro.
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A contratação dos três, principalmente do colombiano, sacudiram o futebol paranaense. Mas a campanha na Libertadores foi abaixo do esperado, e o Coritiba foi eliminado na primeira fase. Restava o Campeonato Paranaense, e o técnico Antônio Lopes, conhecido por montar sistemas defensivos fortes, apostou nos três atacantes, contrabalançando com três volantes – Ataliba, Márcio Egídio e Capixaba. Reginaldo Nascimento, capitão do time, fazia dupla de zaga com Miranda.
Até chegar no Atletiba final, o Coxa ficara atrás do Athletico na primeira fase do Paranaense, e na etapa seguinte terminou em primeiro na sua chave. Num jogo diante do Rio Branco, um quebra-pau histórico terminou com expulsão de Aristizábal e o risco de uma punição pesada para o atacante. Então vice-presidente do clube, Domingos Moro resolveu fazer ele mesmo a defesa do caso no TJD. Absolveu Ari, foi aplaudido no tribunal e começou ali a carreira de advogado desportivo.
Atletiba de ida
No Couto Pereira, num fim de tarde de sábado de Aleluia, 10 de abril, foi realizado o primeiro Atletiba da decisão do Campeonato Paranaense de 2004. Apesar dos grandes e conhecidos jogadores dos dois times, um personagem importante daquela decisão foi Jucemar. Até então notabilizado pelos gritos que Antônio Lopes dava (“Jucemaaaaar!“), o lateral-direito teve uma final brilhante. Levava muito perigo com seus chutes de longa distância.
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Escalado pelo técnico Mário Sérgio, que era criticado por deixar Jadson e Washington (ou Dagoberto) no banco, o volante Wanderson acabou expulso ainda no primeiro tempo, ao dar uma cotovelada em Rodrigo Batatinha. O Coritiba partiu com tudo e abriu o placar com Aristizábal, após jogada de Adriano, outro destaque das finais. Parecia que seria um triunfo tranquilo alviverde no Atletiba.
Mas veio a etapa final e o Furacão conseguiu o empate com outro candidato a herói daqueles clássicos. Após um rebote, Marcão cruzou e o zagueiro Igor deixou tudo igual. Tensão máxima no Couto Pereira e pressão alviverde, obrigando o goleiro Diego a fazer grandes defesas. Mas ele não conseguiu segurar o petardo de Luís Mário. O “Papa-Léguas” acertou uma bomba do bico da área e definiu o 2×1 em favor do Coritiba.
Atletiba da volta
Arena da Baixada lotada naquele domingo, 18 de abril. Era a segunda vez que um Atletiba decidia o título paranaense no ainda novo estádio (cinco anos) rubro-negro. Na vez anterior, em 2000, tinha dado Athletico, e a torcida que ocupava a maior parte das arquibancadas confiava nisso. Jogando pelo empate, Antônio Lopes fez mistério, deixando no ar a hipótese de deixar Tuta ou Aristizábal no banco. Mas no final das contas os três atacantes estavam em campo.
E o primeiro tempo daquele jogou foi espetacular. Jucemar, acertando um chute à la Josimar na Copa de 86, abriu o placar para o Coxa. Só que em dez minutos o Furacão virou o jogo, com gols de Rogério Corrêa e Jadson, cobrando falta que passou por todo mundo, inclusive por Fernando Prass. Athletico 2×1 por pouco tempo, pois Tuta empatou de novo após uma linda jogada de Adriano, que atuava machucado. E, pra fechar, Igor fez mais um, recolocando os donos da casa na frente.
O resultado dava o título para o Athletico, e os 45 minutos finais foram de extrema tensão. Talismã da decisão, Rodrigo Batatinha entrou para tentar colocar o Coritiba mais à frente. Mário Sérgio decidiu sacar Jadson e colocar André Rocha. Mas o último ato daquela decisão foi mesmo do camisa 9 alviverde. Ricardinho cobrou escanteio e Tuta subiu para vencer Diego, definir o 3×3 e dar o título para o Coxa. E entrar pra história com a imagem que virou até bandeira no Couto Pereira.
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