Memória Atletiba: 2000, Vadão, Gustavão e Athletico campeão

Atletiba 2000, Gustavo
Gustavo e Jorginho Paulista correm pro abraço. No Atletiba decisivo de 2000, deu Furacão. Foto: Lucimar do Carmo/Arquivo

Pelas redes sociais, torcedores escolheram quatro finais Atletiba do Campeonato Paranaense para serem relembradas aqui no blog. Duas foram apresentadas na segunda-feira (3), e nesta terça (4) seguem as outras duas, postadas no mesmo horário. Aqui, vamos recordar o título estadual do Athletico sobre o Coritiba no ano 2000. Foi a primeira conquista rubro-negra na Arena da Baixada, de um time extremamente ofensivo, mas que teve um zagueiro como herói.

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Gustavo, Gustavão para os companheiros de dia a dia no CT do Caju, tinha chegado com Lucas e Cocito do Botafogo de Ribeirão Preto. Os três iniciaram uma mudança histórica na captação de jogadores do Athletico. Reserva nos primeiros tempos, Gustavo passou a ser titular justamente em 2000. A trajetória foi só ascendente até o título brasileiro do ano seguinte. Ele ficou tão ligado ao clube que até hoje está vinculado ao Furacão.

Aquele título paranaense de 2000 também tem o dedo de Oswaldo Alvarez. Vadão fez no Atletiba decisivo seu último jogo da primeira passagem como treinador do Athletico. Em uma temporada puxada, ele apostou em um time alternativo no Estadual para priorizar a Libertadores. E na hora do vamos ver, colocou a equipe titular para conquistar a taça.

Vadão com seus parceiros: o auxiliar Walter Grassmann e o psicólogo João Serapião de Aguiar. Luisinho Netto e o então presidente Ademir Adur também estão na foto. Foto: Reprodução/Facebook

Aspirante ‘pré-histórico’

Jogar com o sub-23 no Campeonato Paranaense só virou política anos mais tarde. Mas em 2000 o Athletico preservava suas principais peças, e quase sempre jogava com um time inteiro reserva nas primeiras fases da competição. Não era uma equipe só de jovens, como Cocito, Fabiano e Kléberson, todos titulares do time campeão brasileiro. Tinha também jogadores rodados, como Silvinho e Silas, e até o goleiro uruguaio Carlos Nicola.

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A equipe que jogava a Libertadores tinha Flávio no gol, Luisinho Netto, Gustavo, Reginaldo Cachorrão e Jorginho Paulista na zaga; no meio, o veterano Luiz Carlos Goiano e o aguerrido Marcos Vinícius faziam o ‘serviço sujo’ para que os quatro talentos daquele time brilhassem. Era o “quadrado mágico”, formado por Adriano Gabiru, Kelly, Lucas e Kléber.

Eles estavam irresistíveis, e nem a eliminação na Libertadores para o Atlético-MG interrompeu o ritmo dos quatro. Assim o Furacão chegou à decisão do Paranaense com facilidade. Na semifinal com o Paraná Clube, duas vitórias, por 3×0 e 3×1. E com direito a um golaço de Lucas após um cruzamento de letra de Kelly. O Athletico chegava em vantagem para encarar o Coritiba.

Atletiba de ida

Num domingo à tarde, 11 de junho de 2000, começava mais um Atletiba decidindo o Campeonato Paranaense. O primeiro jogo seria no Couto Pereira, e o Coritiba tentaria quebrar a vantagem de dois empates do Athletico. Por isso, Paquito colocou o Coxa no ataque. Mas deu espaço para o contra-ataque rubro-negro. E foi numa dessas escapadas que Adriano surgiu sozinho para arrancar espetacularmente. Deixou Ataliba e Veiga para trás e tocou na saída de Gilberto.

Kléber marcado por Veiga e ambos observados por Reginaldo Araújo. Era o Atletiba em 2000. Foto: Jonathan Campos/Arquivo

Ainda era o primeiro tempo da decisão, e no último lance veio o empate alviverde. Cléber sofreu pênalti de Reginaldo. E ele mesmo cobrou com força, sem chances para Flávio. Na etapa final, a pressão coxa passava pelos pés de Leandro Tavares, que preocupava o Furacão com seus arremates de média distância. Com Silas em campo para cadenciar o jogo, Vadão conseguia quebrar a velocidade da partida, mantendo o empate em 1×1.

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O saldo daquele jogo de ida foi favorável ao Athletico. Mesmo jogando em seu estádio, o Coritiba não reverteu a vantagem, e a Arena da Baixada iria receber sua primeira decisão com o Furacão jogando pelo empate. A expectativa em Curitiba era gigantesca.

Atletiba da volta

Era apenas o terceiro Atletiba no novo estádio rubro-negro. Em 1999, vitória do Coritiba e classificação do Athletico na Seletiva da Libertadores. E na terceira rodada do Campeonato Paranaense de 2000, no dia do aniversário do clube, o Furacão venceu o Coxa por 3×2 com um gol de Lucas no último minuto. Agora, naquele domingo, 18 de junho de 2000, pela primeira vez o clássico valia taça.

Atletiba 2000
Lucas carregado em triunfo. Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Com a Arena lotada, o que se viu foi um clássico tenso. E que teve o zagueiro coxa-branca Flávio expulso após atingir Adriano. Com a vantagem do empate e um jogador a mais, poderia parecer que o título viria sem maiores sustos para o Athletico. Mas Atletiba não é assim, e numa rebatida errada de Gustavo, Leandro Tavares marcou para o Coritiba. O zagueiro sentiu a falha e quase foi expulso no lance seguinte.

Só que o futebol, tal como a vida, permite transformar a derrota em vitória. Vadão colocou Silvinho e Gílson Batata e empurrou o Athletico para cima. A pressão era incessante, com a torcida empurrando o time. Até Luisinho Netto cobrar o escanteio alto, bem alto, lá na segunda trave. Gustavo foi mais Gustavão que nunca e ganhou por cima para marcar de cabeça. Com o 1×1, o Furacão era campeão paranaense pela primeira vez na Arena. E o camisa 3 rubro-negro completava a jornada do herói.

Atletiba 2000
Tá todo mundo na foto antes do Atletiba decisivo, até Mário Celso Petraglia. Mas vamos aos jogadores do Athletico: em pé, Flávio, Cocito, Marcos Vinícius, Renato, Reginaldo, Luisinho Netto, Jorginho Paulista e Gustavo; agachados, Silas, Gílson Batata, Adauto, Silvinho, Kléber, Adriano, Luiz Carlos Goiano, Kelly e Lucas. Foto: Divulgação/CAP

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