Hoje, segunda-feira, 6 de julho, faz exatos 15 anos que o Athletico precisou jogar em Porto Alegre a final da Libertadores 2005 contra o São Paulo. Num dos últimos podcasts De Letra, um comentário me chamou a atenção: um torcedor rubro-negro disse que a perda do título brasileiro de 2004 foi a maior frustração da história do clube. Mas e a derrota naquela final de Libertadores?
A sensação que tinha naquele tempo se reforçou com o passar dos anos. Perder a Libertadores 2005 é mais um motivo de raiva do que de tristeza para o Athletico. Ficou aquela questão do “e se…” para sempre: e se o Furacão jogasse a primeira contra o São Paulo na Arena da Baixada? É uma questão que fica pra sempre, e que fizemos também em um podcast De Letra.
Certo é que o Athletico perdeu a Libertadores 2005 nos bastidores – em campo, o Furacão chegou mais frágil por conta da luta malsucedida de jogar na Baixada e o São Paulo levou a taça. Aquele time tinha superado desafios gigantes durante a competição: uma primeira fase sofrida, classificação nos pênaltis diante do Cerro Porteño e depois séries históricas diante de Santos e Chivas Guadalajara.
Libertadores 2005: os personagens
A campanha do Athletico na Libertadores 2005 teve que superar inclusive os problemas criados pelo próprio clube. A aposta em técnicos novatos (Casemiro Mior) e erráticos (Edinho) colocou o time a perigo no torneio continental. Foi preciso que dois veteranos arrumassem a casa. Borba Filho fez o serviço ‘sujo’ – no momento mais delicado, assumiu a bronca e colocou o Furacão nas quartas de final.
Depois, Antônio Lopes, com toda a cancha que tinha em Libertadores, pôs o time para jogar em alta velocidade e comandou a arrancada até a decisão. E em campo, principalmente Lima e Aloísio brilharam nos jogos eliminatórios. O Athletico chegava à decisão em igualdade de condições com o São Paulo.
Ponto de virada
O regulamento da Libertadores 2005 realmente impedia a realização da final em um estádio com menos de 40 mil lugares. Em altíssima velocidade, após a negativa do Coritiba em ceder o Couto Pereira (só isso dá um livro), o Athletico montou arquibancadas tubulares. Mas a luta foi inglória, pois a Conmebol sequer pensou em liberar a Arena da Baixada. Sobrou ao Furacão ir jogar no Beira-Rio. E o resto da história é conhecido.
Reitero o que escrevi aqui mesmo no blog: esse jogo de 6 de julho de 2005 é um marco, um ponto de virada na história do Athletico. Foi ali que o clube – na verdade, Mário Celso Petraglia – percebeu que o único caminho para colocar o Rubro-Negro entre os grandes era ser um contestador. A partir daquele momento, a raiva incontida pela decisão dos cartolas transformou o sonho de transformação em uma obsessão.
Hoje, o Athletico não só age como um contestador como faz marketing desse papel que ocupa no futebol brasileiro. Os resultados recentes em campo fazem a voz do Furacão ser mais ouvida e levada em consideração. Postura que vem desde aquela primeira partida da final da Libertadores 2005.
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