40 dias de futebol: jogo ficou mais imprevisível e com menos qualidade

futebol paranaense
Wellington e Rhodolfo. Athletico e Coritiba sofrem na pele as dificuldades desta volta ao futebol. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

Nesta quarta-feira (26), completaremos 40 dias da volta do futebol paranaense. É mais ou menos a conta para a maioria dos estados, à exceção do Rio de Janeiro. Tivemos seis datas de Campeonato Paranaense e cinco de Campeonato Brasileiro na primeira, na segunda e na terceira divisões. Muitos jogos, um em cima do outro, num ritmo pra recuperar quem estava com abstinência de ver a bola rolando.

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E é possível tirar algumas conclusões desse ‘novo normal’. A primeira delas, claro, é que foi tudo às pressas, em um momento ainda complicado no combate à pandemia do coronavírus. O fracasso do protocolo médico da CBF é o sinal mais visível da volta do futebol, mas dentro de campo há constatações muito claras também. Trato de três delas a partir de agora.

A qualidade caiu

Na média, os jogos estão piores. E há vários motivos para isso: a preparação inadequada, a volta apressada, a maratona de partidas, a falta de treinos entre os confrontos… Mas a verdade é essa, apesar de boas exceções que tivemos nos 40 dias do retorno do futebol. E outra verdade é que não podemos exigir (ou não poderíamos) um rendimento aceitável neste momento.

Vamos raciocinar. Essa volta do futebol é como uma nova temporada. E em 40 dias ‘normais’ é difícil ver algum time voando nos campeonatos estaduais. A situação é a mesma agora. São naturais a instabilidade, a falta de ritmo e os resultados inesperados. Só que estamos com Brasileirão a pleno vapor, nesta quarta já temos Copa do Brasil e em setembro volta a Libertadores. Perder pontos agora é completamente diferente do que perder no Estadual.

Fabiano e Guilherme Biteco em Paraná 0x0 Operário. Os dois times começaram muito bem a Série B. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

E é isso que aumenta a pressão sobre os times. Mesmo com todos os atenuantes dessa loucura que é 2020, é preciso jogar bom futebol e somar pontos logo. Conviver entre a paciência e a revolta é um desafio a mais para jogadores, dirigentes e treinadores.

Futebol, uma caixinha de surpresas

Se o futebol já é naturalmente imprevisível, nesse ambiente de volta do esporte tudo é possível. Já tivemos um bom número de resultados surpreendentes, quem era considerado favorito absoluto agora está patinando, o time que era tachado como candidato ao rebaixamento agora disputa a liderança. E o que é real agora pode virar poeira em duas semanas.

A frase dita centenas de milhares de vezes segue válida: “o futebol é dinâmico”. Quando duas semanas recebem cinco rodadas do Brasileirão, as certezas podem não se sustentar. Nós fomos definitivamente malucos ao gravar um podcast – e, portanto, abrir o jogo – sobre nossos palpites para a Série A e para a Segundona. Pode ser até que as coisas se confirmem em janeiro e fevereiro, mas é impossível cravar qualquer definição.

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As lesões que se sucedem

Levei um susto na quarta-feira passada (19). Em uma zapeada pelos jogos, vi três jogadores sofrendo lesões musculares em três estádios diferentes. Essa é uma das situações que veremos no decorrer dessa temporada. Pode parecer que teremos uma semana de folga, mas é porque é preciso parar o Brasileirão para jogar a Copa do Brasil. Vai ter um monte de time continuando a jogar direto – as exceções serão poucas. E mais lesões serão vistas.

A temporada 2020 do futebol brasileiro é de exigência máxima para os jogadores – e se pensarmos que a temporada 2021 começará quatro dias depois do final do Brasileirão, teremos 17 meses seguidos de partidas. A mola-mestra do esporte é o atleta, e parece que quem manda não está nem aí pra eles.

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