A base é forte! Athletico e Coritiba brilham em estudo; não incluído, Paraná seria top-10

Hernani, Juninho e Jean, três crias das categorias de base do Trio de Ferro. Fotos: Aniele Nascimento/Arquivo, Albari Rosa/Arquivo e Giuliano Gomes/Arquivo

A notícia entrou agora há pouquinho no ar, texto do nosso Guilherme Moreira. Um estudo da Pluri Consultoria aponta Athletico e Coritiba entre os clubes brasileiros que mais usam jogadores das categorias de base. O número absoluto é muito positivo, mas há pormenores que precisam ser avaliados. E se a empresa não colocou o Paraná Clube, eu fiz a análise, e no final do texto eu mostro o resultado. Os números de Furacão e Coxa na base estão na matéria, por isso vamos em frente.

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Não podemos negar que todos os clubes brasileiros, à exceção de Palmeiras e Flamengo, precisam usar as categorias de base porque não há dinheiro para tanto investimento. Quem gastou horrores em anos anteriores teve que fechar as torneiras e apostar na meninada. Claro que há quem tenha o aproveitamento dos jovens como política, mas quando a grana aperta, aí quase todos os meninos viram solução.

A categoria de base atleticana

O Athletico tem um perfil de aproveitar mais os jogadores. O fato de ter um time de aspirantes que joga uma competição oficial, o Campeonato Paranaense, turbina ainda mais os números da base, deixando o Rubro-Negro atrás apenas do Santos. Além de realizar uma transição mais longa, com jogadores subindo para o profissional mas tendo ainda um filtro para o grupo principal, o Furacão pode comemorar os resultados financeiros.

Pablo rendeu em campo e também na conta do Furacão. Foto: Albari Rosa/Arquivo

As milionárias transações dos últimos anos passam sempre pelas categorias de base – Hernani, Otávio, Pablo, Renan Lodi, Léo Pereira, Marcos Guilherme, Matheus Rossetto e Bruno Guimarães. Em maior ou menor grau, são atletas ‘semi-prontos’, uma estratégia de mercado usada desde os anos 1990, quando Antônio Carletto Sobrinho passou a ter função decisiva dentro do futebol do Athletico. Carletto, Antônio Carlos Gomes e Paulo Autuori são fundamentais na explicação do êxito rubro-negro no aproveitamento dos garotos.

Base alviverde

Jogadores formados no Coritiba estão brilhando mundo afora – Miranda, Rafinha, Dodô, Matheus Cunha e Pepê (este teve uma passagem mais curta na base) são bons exemplos. Apesar de reconhecidamente ser um clube formador, o Coxa teve menos retorno técnico e financeiro do que poderia ter – e isso sendo o quatro melhor em aproveitamento de jovens jogadores pelo estudo da Pluri Consultoria. Quem foi vendido saiu por pouco dinheiro, e quem jogou acabou não tendo sucesso no Couto Pereira.

O primeiro Rafinha do Coxa foi o lateral que hoje é titular do Flamengo. Foto: Valterci Santos/Arquivo

É só ver o que aconteceu com o elenco vice-campeão brasileiro sub-20 de 2017. O time titular era esse: Arthur; Fernando Dinis, Romércio e Thalisson Kelven; Marcos Moser, Júlio Rusch, Vitor Carvalho, Matheus Bueno e Léo Andrade; Gustavo Mosquito e Índio. Nenhum deles vingou no Coxa – nem o técnico Sandro Forner. Se em anos anteriores e posteriores jogadores estão explodindo – Yan Couto tá aí pra confirmar -, toda uma geração foi perdida.

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E a base paranista?

A Pluri Consultoria não incluiu o Paraná Clube na lista de avaliados. Mas eu fui lá e pesquisei. Como a avaliação aponta jogadores da base, ela pode ter uma distorção específica, que é a inclusão de atletas que chegaram a deixar o clube por negociação e depois voltar – um exemplo é Marcelo Cirino no Athletico. No caso paranista, se aplica diretamente a Marcos e Lucio Flavio. Mas como eles são da base do Tricolor, então os incluí na conta.

Olha o Marcos jovem aí, inclusive com cabelo. Foto: Lucimar do Carmo/Arquivo

Assim, o Paraná teve em média, entre 2015 e 2019, 22,3% do elenco formado por jogadores das categorias de base. Mesmo tendo dois ou três grupos por temporada, ainda foi um número relevante, que colocaria o clube na décima posição no ranking da Pluri, com presença de atletas da casa semelhante ao São Paulo – que também tem a distorção do ‘ex-revelação’, no caso Hernanes. Destaque para a presença forte de volantes, incluindo os três últimos jogadores que foram negociados por bom valor, Jean, Leandro Vilela e Jhonny Lucas.

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