É aquela coisa, a sua ficha só cai quando as coisas acontecem perto de você. E aí foram confirmados os primeiros dois casos de coronavírus em Curitiba na tarde desta quarta-feira (11). Agora são seis. O Paraná ainda era ‘estado livre’ da covid-19, e por isso tudo ainda parecia distante. Mas os casos já vinham crescendo no Brasil, o que apressa uma discussão que estava para acontecer: o que fazer com o futebol? Parar tudo ou fechar portões dos estádios?
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Nas últimas semanas, o debate nas entidades esportivas tinha se reduzido à definição de que os eventos aconteceriam com portões fechados. Itália e França já tinham se decidido, o GP do Bahrein de Fórmula 1 também não teria acesso de público, a solução parecia simples.
Mas nos últimos três dias, o coronavírus se espalhou mais rápido. A Itália suspendeu todos os eventos esportivos, na Espanha as coisas se complicaram, com clubes decidindo não viajar para disputar competições europeias, a NBA interrompendo a temporada, a UEFA estudando a suspensão de jogos internacionais. E os fortes rumores de adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
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Ainda sem o mesmo contágio, os países da América do Sul foram se movimentando. Primeiro foi o Paraguai, depois a Argentina, que já suspendeu os eventos por lá até o final do mês. A Conmebol já admite uma decisão da Fifa em adiar as duas primeiras rodadas das Eliminatórias.
E aqui no Brasil, como fica?
Enquanto a preocupação é crescente em todo o mundo, e a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara que estamos vivendo uma pandemia de coronavírus, nesta quarta 63 mil pessoas estiveram no Maracanã para acompanhar Flamengo x Barcelona de Guayaquil. E domingo (15) temos o jogo mais atrativo do futebol paranaense, o Atletiba no Couto Pereira na última rodada da primeira fase do Campeonato Paranaense.
Por mais que as entidades e os clubes brasileiros pensem mais no bolso do que no esporte, a tendência é que sigamos um caminho semelhante. Primeiro jogos com portões fechados e depois a suspensão dos jogos. Fechar os portões é uma decisão para evitar a transmissão do coronavírus – afinal, os sintomas são leves e podem demorar a aparecer, e num estádio temos crianças, adultos e idosos. E há vários grupos de risco, em que o covid-19 pode ser fatal.
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E como o futebol brasileiro vai se virar se tiver que interromper os Estaduais? É óbvio que não temos datas pra estender as competições – se atropelamos data Fifa, Copa América e Olimpíada é sinal que esticamos a corda até não podermos mais. O problema é que o coronavírus avança até agora sem ser parado. Decisões terão que ser tomadas. E é real a chance de ficarmos sem jogos por um tempo.
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