Você já viu o filme que se repetiu em Coritiba x Santos. Com uma escalação mais defensiva que o necessário e tomando dois gols no início do jogo, o Coxa só foi buscar a recuperação depois de ficar em desvantagem. Foi isso que aconteceu neste sábado (17), no Couto Pereira. A vitória do Peixe por 2×1 mantém o Alviverde na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e pode também entrar na conta do técnico Jorginho.
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O resultado mostra que o aprendizado da vitória sobre o Palmeiras não foi completo. Apenas após o 2×0 contra que o Coxa reagiu, e teve então domínio do jogo, marcou com Giovanni Augusto e pressionou até o final. Mas não é preciso esperar o prejuízo. Os primeiros 20 minutos do jogo deste sábado foram perdidos, e com eles foram os três pontos.
Coritiba x Santos: os times
Esperava-se a repetição da escalação do Coritiba, com apenas a obrigatória saída de Sabino, que por contrato não podia enfrentar o Santos. Afinal, o Coxa tinha feito o melhor jogo dos últimos anos na vitória sobre o Palmeiras, e a lógica indicava a manutenção do time. Mas Jorginho acabou fazendo uma mudança chave – além da entrada de Nathan Silva no lugar de Sabino. Sacou Matheus Galdezani e colocou Matheus Sales.
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Não acho que Sales deva ser reserva. Mas ele tem que jogar na dele, a primeira função do meio-campo. Se fosse para ele jogar, que saísse Hugo Moura. Mas o treinador alviverde ainda preferiu manter a marcação forte, perdendo o elemento que organizava o time. Tudo para tentar conter Soteldo e evitar um confronto direto com Natanael. O risco era o desequilíbrio do time diante de um Peixe com desfalques, em especial Marinho, o melhor jogador do Brasileirão no momento.
Bola rolando
E aí você já sabe. O jogo começou todo dentro do campo do Santos, com Kaio Jorge abrindo o placar com cinco minutos – num lance que só a famosa régua do VAR definiu. Mas tem coisas que não surpreendem. O Coritiba não tinha a mesma postura do jogo no Allianz Parque. Era como se todo o time tivesse dado um ou dois passos para trás. Então não havia aquela iniciativa, aquela presença no campo adversário. A opção voltava a ser o avanço de William Matheus pela esquerda.
Foi assim que começou a melhor chance alviverde no primeiro tempo. O lateral ganhou um escanteio, e na cobrança Rodrigo Muniz quase empatou – João Paulo fez ótima defesa. E o lance acordou o Coxa, que passou a marcar mais à frente. O problema era quando o time saía de sua defesa. Faltava qualidade pra levar a bola pra frente. E, para piorar, Hugo Moura fez pênalti, de novo abrindo os braços dentro da área. Soteldo mandou com cavadinha e colocou o Santos com ótima vantagem.
Com a casa toda arrombada, Jorginho percebeu (será?) o gigantesco erro que cometeu. Colocou Matheus Galdezani e tirou Natanael. O Coritiba até passou a jogar mais no ataque, mas havia a natural acomodação dos visitantes, fato que já tinha sido visto na derrota para o Grêmio. A primeira etapa terminou com o Coxa levando perigo com Giovanni Augusto – e claramente tendo perdido tempo por conta da escalação inicial.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, o Coritiba buscou pressionar, mas tropeçava nos erros técnicos, de arremate e de passe. Jorginho resolveu mexer aos 14 minutos, colocando Nathan e Neílton nos lugares de Rodrigo Muniz e Yan Sasse – tirar o centroavante perdendo por 2×0? Naquele momento, os donos da casa até tinham o domínio territorial, mas pouco ameaçavam o gol de João Paulo. Sem referência na frente, o Coxa demorou, mas usou bem o arremate de média distância. E Giovanni Augusto fez um golaço.
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Era o momento de botar o Santos nas cordas. Jorginho escolheu Ricardo Oliveira e Matheus Bueno para entrar (nem Sarrafiore nem Cerutti, portanto), com Hugo Moura e Matheus Sales. Só que o jogo se encaminhava para o final, e aí o time de Cuca se fechou todo e impediu a pressão alviverde. Demorar para controlar o jogo novamente cobrou uma conta pesada para o Coritiba.