Seis jogos que explicam a história do Coritiba

Paulo Vecchio, o herói do título que definiu a rivalidade entre Coritiba e Athletico. Foto: Antonio Costa/Arquivo

Comecei na quinta-feira (4) essa série aqui no blog. Aproveitando a ideia do Rory Smith no The New York Times, já adaptada por O Globo, listo agora os seis jogos que ajudam a entender o Coritiba. Não são apenas vitórias, são momentos que explicam o que é o Coxa para seu torcedor e para o chamado ‘consumo externo’.

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Não é nada fácil resumir quase 111 anos de Coritiba em apenas seis partidas. Mas esse é o charme da lista – e é na verdade a possibilidade para que cada um de vocês possa também recuperar quais são os jogos mais importantes que viu ou que ouviu falar.

As listas são publicadas por ordem alfabética. Na quinta saiu a do Athletico, e neste sábado (6) foi pro ar a lista do Paraná Clube.

Tiro Pontagrossense 1×0 Coritiba – 23/10/1909

O Coritiba começou a história toda. A primeira partida de futebol no Paraná que se tem notícia aconteceu em 23 de outubro de 1909, onze dias depois da fundação do clube. Já se conhecia o esporte por aqui, Victor Ferreira do Amaral já trouxera a primeira bola. E em Curitiba e em Ponta Grossa já se jogava. Mas faltava o marco zero, que veio na Princesa dos Campos. O resto é história.

O primeiro Coritiba da história. Foto: Divulgação/CFC

Coritiba 1×1 Athletico – 28/08/1968

Rivalidades são forjadas em anos de confrontos. Com Coritiba e Athletico não foi diferente. Mas ainda em 1968 não havia uma certeza de que o Atletiba era o maior clássico do Paraná. A dramática final do Campeonato Paranaense daquele ano serviu para acabar com qualquer dúvida. O jogo é resumido pelos torcedores alviverdes como o “do gol do Paulo Vecchio“, mas sua importância na história do nosso futebol é gigantesca.

O Diário do Paraná conseguiu a imagem da bola cabeceada por Paulo Vecchio vencendo o goleiro Gil. Pena que não dê pra saber quem foi o fotógrafo. Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Bangu 1×1 Coritiba – 31/07/1985

Claro que o jogo mais importante da história do Coritiba estaria na lista. Naquele momento, só valiam como títulos brasileiros os campeonatos de 1971 em diante. E apenas dez times tinham essa glória. A conquista alviverde no Maracanã veio depois de anos de ‘intromissão’ entre os grandes. Em dois anos o time chegou à semifinal do Brasileiro, mas em 1985 o título veio. Cabe discutir se o Coxa soube aproveitar o momento, só que nada tira o brilho da Taça de Ouro.

Heraldo veste com imponência a faixa de campeão brasileiro. Foto: Brunno Covello/Arquivo

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Coritiba x Santos – 22/10/1989

De todos os jogos citados nas listas de Athletico, Coritiba e Paraná Clube, este é o único que não aconteceu. Amparado por uma liminar do STJD, o Coxa se recusou a enfrentar o Santos em Juiz de Fora na rodada decisiva da primeira fase do Campeonato Brasileiro de 1989. Havia razão no pedido (jogar no mesmo horário do Sport, com quem o Coxa disputava vaga), mas o W.O. foi uma decisão desastrada que atrasou o clube por pelo menos seis anos, até a volta definitiva para a primeira divisão.

Depois do W.O., veio o tapetão e uma punição severa para o Coritiba. Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Coritiba 1×1 Fluminense – 06/12/2009

A batalha campal no Couto Pereira após o rebaixamento para a Série B é o típico momento que o torcedor alviverde gostaria de esquecer. Mas até por isso é preciso lembrar, para que não se repitam os erros – tanto os de campo, que levaram o time à queda naquele ano, como os de estrutura, que desaguaram na invasão do gramado e nas cenas que rodaram o mundo. O Coritiba evoluiu bastante depois daquele jogo – e talvez por causa daquele jogo.

O Couto Pereira depois da briga. Foto: Aniele Nascimento/Arquivo

Coritiba 6×0 Palmeiras – 05/05/2011

Em meio a altos e baixos nos últimos anos, o Coritiba busca a reafirmação no cenário nacional. Em 2011, essa afirmação veio através do recorde de vitórias consecutivas e da histórica goleada sobre o Palmeiras. Naquela noite de quinta-feira o caminho para a redenção alviverde parecia traçado – estádio cheio, nada de confusões, um time brilhando em campo e a repercussão nacional. Talvez tenha sido o maior jogo alviverde neste século.

Bill, Anderson Aquino, Léo Gago, Rafinha e Davi. O trenzinho coxa recuperou a imagem do clube. Foto: Hedeson Alves/Arquivo

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