Neste domingo (19), a partir das 18h, o SporTV vai exibir a final da Copa de 70, Brasil 4×1 Itália. Nem preciso dizer que é imperdível acompanhar um dos momentos mais gloriosos do futebol, uma sinfonia (principalmente no segundo tempo) regida por Pelé que nos levou ao tricampeonato lá no México.
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Fica uma sugestão: veja o jogo sem preconceitos – “ah, o jogo é muito lento”, “ah, mas ninguém marca”, “ah, mas não tem graça”. Entenda como uma partida de 50 anos atrás, em que a seleção brasileira se mostra à frente do tempo em termos táticos e físicos, além de contar com talentos superiores do meio pra frente.
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Só que quando a Copa de 70 começou o sentimento não era esse. Com uma troca de treinador em março (o Mundial começou em maio), o Brasil tateou no escuro até Zagallo decidir – ou aceitar – a escalação de Pelé e Tostão juntos, somando a eles Rivelino, Jairzinho e Gérson.
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E foi uma saraivada de críticas até o começo da Copa. Opiniões e manchetes que retrataram a tensão daquele período, mas que ficam estranhas quando lembramos o que aconteceu depois. O Tri veio. E os analistas acertaram ou erraram? Tire a sua conclusão.
Sem rodeios
No amistoso contra o Chile, vencido pelo Brasil por 2×1, ficou evidente a pressão da imprensa antes da Copa de 70. A manchete de O Globo abriu a ‘caixa de ferramentas’ contra o time de Zagallo.
Em Apucarana foi melhor
Nosso Carneiro Neto escreveu no Diário do Paraná que Apucarana x Athletico tinha sido melhor que Brasil x Chile – ele narrou os dois jogos. “Vocês viram pela televisão o segundo jogo dos brasileiros contra o chilenos e creio que concordam conosco: o nosso time está uma bomba”.
Sobrou pro Zagallo
A manchete do Correio da Manhã logo após o empate sem gols contra o Paraguai escolhia o responsável pelo mau futebol. O fato de o treinador do Brasil não sair do esquema 4-3-3 com Paulo César recuado, tal como ele em 1958 e 1962, fazia os críticos temerem o fracasso da seleção na Copa de 70.
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Ao ataque
Técnico da seleção demitido em março, João Saldanha saiu da CBD direto para o posto de comentarista da Rede Globo. E estava afiado. Neste depoimento à revista Manchete, atacou a estrutura do futebol brasileiro, em texto ainda atual.
Tudo errado
Falando em Globo, Armando Nogueira já era o diretor de jornalismo da emissora, mas mantinha a coluna diária no Jornal do Brasil. E após o empate com a Bulgária em 0x0, o jogo em que Pelé foi reserva (e camisa 13), o maior texto da imprensa esportiva resumiu a ópera: “O futebol brasileiro vive uma fase obscura de crise técnica e tática”.
Do Oiapoque ao Chuí
A crítica não era só da imprensa do eixo Rio-São Paulo. No Diário de Pernambuco, o apelo era para o Divino: “Deus tenha piedade do nosso futebol”.
Sem corporativismo
Campeão em 1962, Aimoré Moreira fez na revista Placar um alerta para Zagallo: pra ganhar a Copa de 70, era preciso ter um time definido.
Paparazzi
Criticado, como vimos, por ser o ponta recuado antes da Copa de 70, Paulo César (que ainda não era o Caju) não tinha paz. Até o papo com as meninas foi captado pelo fotógrafo de O Globo.
Chegou a Copa de 70
No dia da abertura da Copa do Mundo, o Correio da Manhã ainda estava preocupado. Não com o ataque, pois a linha com Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino tinha sido formada por Zagallo (ou apesar dele), mas com a defesa. José Trajano – aquele – lembrava das dificuldades da nossa defesa.
Fica a dica
Sim, não é a abertura, e sim a final. Mas a sugestão do Diário da Tarde tá valendo: fique em casa, ligue no SporTV e confira Brasil x Itália, o jogo do Tri.
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