Não me leve a mal, hoje é Carnaval: a festa na história de Athletico, Coritiba e Paraná

Em preto e branco, o baile vermelho e preto do Athletico em 1980. Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Não adianta. Você pode não gostar, você pode não suportar, mas o Carnaval está aí, e muita, mas muita, mas muita gente quer mesmo é curtir a folia até a Quarta-Feira de Cinzas. O Brasil para por cinco dias pra pular ao som do axé, do samba, do frevo, das marchinhas (as que ainda não foram canceladas) e até do sertanejo e do rock. O que importa é festejar, e tudo mais que vem no balaio.

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O Carnaval em Curitiba nunca foi dos mais arrebatadores, mas no passado havia muita festa nas ruas e principalmente nos clubes. Os bailes eram dos mais luxuosos aos mais populares, rolavam em diversos bairros da cidade e levavam o pessoal à loucura. Hoje, são poucos clubes que promovem esses eventos, pois a maioria da população prefere descer para o litoral e curtir por lá.

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Por décadas, Athletico, Coritiba e os clubes que originaram o Paraná Clube receberam os foliões para bailes inesquecíveis. E pra contar essa história eu vou me apoiar no acervo da Biblioteca Nacional e dos jornais Diário da Tarde e Diário do Paraná. As imagens são destes arquivos. Vamos pular carnaval? “Quanto riso, oh, quanta alegria…”.

1933

Naquele tempo, o baile de carnaval era uma espécie de libertação – aquela coisa de fazer ali o que não se podia fazer no dia a dia. Resumidamente, é o que indica a notinha sobre o baile no Coritiba.

1938

Era assim que os clubes anunciavam suas festas, com convites formais e palavras bonitas. O Britânia tinha dois bailes a fantasia e a ‘matinée infantil’.

Neste ano, o Athletico fez sua festa, mas em um outro local, nos “salões caprichosamente ornamentados” da Sociedade Teuto-Brasileira de Curitiba. Por conta da II Guerra Mundial, o clube passou a se chamar Duque de Caxias.

Outro convite formal, parecendo um edital de convocação. E o Coritiba chamou os seus sócios para suas festas na Sociedade Handwerker – pelo motivo citado acima, o nome foi mudado para Clube Rio Branco. Detalhe pro artigo 4º: estavam proibidas “fantasias de malandro, macacões com reclames comerciais, marinheiros e outras que venham ofender o decoro social”.

1946

Nada mais brasileiro que criar o “Carnaval da Vitória” depois do final da II Guerra. E o “mais grandioso programa carnavalesco jamais presenciado pela Cidade Sorriso” foi no Água Verde, ali mesmo onde fica a sede da Kennedy do Paraná Clube.

1956

Neste ano, Coritiba e Água Verde eram clubes que tinham os chamados ‘bailes populares’ – naquele tempo, era assim que se denominavam as festas de Carnaval liberadas para o público em geral, mediante claro a cobrança de ingressos. As sociedades da elite faziam eventos fechados, apenas para sócios.

1964

A imagem não tá boa, mas o registro é legal. A prefeitura de Curitiba decidiu criar um baile popular custando mil cruzeiros o ingresso. E foi escolhido o ginásio do Athletico pra receber os foliões. Por isso, sócios do Furacão entravam de graça.

1971

33 anos depois da proibição, naquele 1971 o baile do Coritiba já permitia marinheiros. E eles estavam singrando em mares nunca dantes navegados.

1974

Serviço completo do Carnaval: no Athletico a festa começava às 23h de sábado, no ginásio do clube. No mesmo horário, na sede social do Coritiba (que mais tarde acabou demolida), rolava o “segundo grande baile” da temporada. E no Pinheiros, apesar da decoração da Disneylândia, o que animava os foliões era o banho de piscina após o baile da terça-feira gorda.

Falando em terça-feira, olha o estado da rapaziada após o último baile no ginásio do Furacão.

1980

Com a abertura política, veio uma vontade de liberação geral nos costumes. E naquele ano o baile do Athletico prometia pegar fogo.

E quando chegou a quarta-feira, o pessoal se jogou na piscina do Pinheiros.

1981

Quando o carnaval começava, estava todo mundo comportado. Ainda não tinha subido a birita e o pessoal ficava dando aquelas voltas no salão.

Passado um certo tempo, o negócio esquentava. A ponto de assustar o mancheteiro.

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