Defender primeiro e atacar com segurança, esse foi o mantra de Bragantino x Coritiba. Fazendo seu melhor jogo em 2020, o Coxa venceu o Massa Bruta por 2×1 na tarde deste domingo (23), em Bragança Paulista, e saiu do zero no Campeonato Brasileiro. O trabalho do interino Mozart lembrou bastante o pensamento de Jorginho, que reassume o time a partir desta segunda-feira (24).

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Foi uma atuação consciente do Coritiba, dentro das possibilidades que o elenco oferece e até por isso com mais destaques individuais que nas rodadas anteriores. Diante de um adversário de boa qualidade, o rendimento foi bom, trazendo a crença de que é sim possível fazer um Brasileirão sem correr risco de rebaixamento.

Mudança tática

Mozart, apesar de dizer que não mudaria muito a estrutura do time, promoveu uma mudança-chave: colocou Matheus Sales, formando um meio-campo de xarás com Bueno e Galdezani. Era a intenção clara de conter o Bragantino com mais marcação. Os três jogadores tinham força defensiva, e Galdezani teria mais liberdade para se aproximar de Sassá, Robson e Neílton.

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No papel, poderia parecer um time espaçado, sem um articulador. Mas, a rigor, mesmo com um meia o Coritiba está sem um armador desde que Rafinha se lesionou – Ruy e Yan Sasse jogaram por ali, mas decepcionaram. Então havia sentido na decisão do técnico interino. Do lado adversário, muita velocidade com o ótimo Artur ao lado de Claudinho e Morato.

Bragantino x Coritiba: bola rolando

E o posicionamento do Coritiba foi diferente desde o apito inicial. O time estava mais atrás, jogando em seu campo, tentando reduzir os espaços do Bragantino. Era um jogo mais Jorginho do que Eduardo Barroca. Inclusive a movimentação era semelhante ao jogo da Série B do ano passado, no Couto Pereira – o Massa Bruta ficava no campo do Coxa, que buscava as saídas em velocidade.

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O que talvez o novo treinador tenha que trabalhar é a saída de jogo a partir da defesa. O susto que Rhodolfo e Wilson deram no primeiro tempo foi o maior, mas não o único que o Coritiba passou neste Brasileirão. Sair na troca de passes é bonito, mas exige treino e coordenação. Ainda mais diante de uma marcação bem adiantada, como a do Bragantino.

Quando conseguir fazer a transição rápida, o Coritiba conseguia chegar na frente até com certa facilidade. Mas foram pouquíssimas oportunidades. O jogo era jogado na defesa alviverde, com o Bragantino com seus dez jogadores de linha no campo de ataque, rondando a área de Wilson. Mas foi justamente o goleiro que cometeu uma falha incrível. Numa bola longe do gol, ele saiu como se fosse zagueiro marcar Alerrandro. O centroavante do Braga teve paciência até receber de volta e abrir o placar.

Mudança radical

Sabino cobrou o pênalti com muita categoria. Foto: Divulgação/CFC

O Coxa respondeu no lance seguinte. E numa jogada de impacto para o resto deste Bragantino x Coritiba – Fabrício Bueno derrubou Sassá dentro da área e foi expulso. Sabino cobrou com segurança e empatou a partida. O prejuízo de minutos antes virou lucro no fim do primeiro tempo. Em vantagem numérica, era possível colocar o time um pouco mais à frente. Até porque o Bragantino recompôs a defesa com a saída de Morato.

Haveria mais espaço para jogar. E na movimentação de Neílton, William Matheus acertou um lançamento preciso para Robson tocar de primeira e virar o jogo. O adversário tinha mais posse, mas o Coxa foi eficiente. A pressão passou toda para o lado dos donos da casa, e o técnico interino pedia para o time “cuidar da bola”. As chances iriam acontecer, bastaria ter tranquilidade.

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E o Coritiba passou a ser melhor em campo. Trocando mais passes, mantendo o jogo na defesa do Bragantino e criando oportunidades. E correndo poucos riscos, bem diferente de outras partidas. Mozart pôde inclusive fazer as alterações pensando em ganhar tempo, sem o desespero que Barroca passava. O resultado foi justo, o Coxa respirou e Jorginho ganhou uma semana de tranquilidade no seu reinício de trabalho.


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