Ficou um gosto amargo deste Botafogo-SP x Paraná Clube. A derrota por 1×0, na noite desta sexta-feira (2), no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, não foi apenas mais um jogo sem vitória. Mas sim um sinal preocupante de que o Tricolor está perto do limite – físico, técnico e tático. Com um time titular de boa qualidade, mas sem peças de reposição à altura, fica muito difícil manter o ritmo nesta insana Série B do Campeonato Brasileiro.

continua após a publicidade

+ No podcast De Letra, os camisas 10 que fizeram história no futebol paranaense

Os três últimos resultados tiveram essa cara. Um Paraná lutando, os jogadores tentando até o último minuto, mas faltava qualidade para conseguir a vitória – ou, no caso desta sexta, o empate. Sete pontos perdidos que farão falta, mas que servem principalmente de alerta de que é preciso ter elenco para encarar a Segundona.

Botafogo-SP x Paraná: os times

A dupla de zaga que começaria o jogo do Paraná Clube era nova. Hurtado e Roberto já tinham jogado contra a Chapecoense, mas não haviam ainda iniciado uma partida juntos. O rendimento em 45 minutos diante da Chape tinha sido bom, então não seria na teoria um problema. E, nas outras posições, nenhuma surpresa – o elenco paranista tem limitações, e principalmente do meio para frente não havia melhores opções do que as escaladas por Allan Aal.

continua após a publicidade

+ Opinião: Barcímio Sicupira, um herói curitibano

O que se esperava era um jogo mais aceso do Tricolor. Na última partida, até mesmo Renan Bressan ficou preso à marcação e pouco produziu. Tanto que o gol saiu de uma incursão solitária de Gabriel Pires, e não em um lance construído. Era preciso ter um rendimento ofensivo melhor. Do outro lado, Claudinei Oliveira e uma legião de jogadores que passaram no futebol paranaense, liderados por Matheus Anjos.

O jogo

continua após a publicidade

Nem deu pra saber os planos tricolores em campo. Com um minuto e meio, depois de Alisson ter feito ótima defesa, o Botafogo-SP fez linha de passe na área e Rafinha abriu o placar. Erro no lance de Andrey que gerou o contra-ataque e da defesa toda no escanteio cobrado por Gílson (aquele lateral que jogou no Paraná). O jogo passaria a ser jogado no campo dos donos da casa, e o Tricolor teria que ter iniciativa e tranquilidade para furar o paredão adversário.

+ Opinião: No futebol brasileiro, o negócio é “farinha pouca, meu pirão primeiro”

O Botafogo recuou inteiro. Até os dois jogadores mais adiantados voltavam para marcar. Era preciso ter movimentação, senão Roberto e Hurtado iam ficar trocando passes sem encontrar uma opção para jogar. E a falta de ação do ataque paranista ficava mais uma vez evidente. Num momento em que o jogo perdia ritmo, Jhony cometeu pênalti. Mas Alisson defendeu a cobrança – ruim – de Matheus Anjos.

Só que os tricolores estavam nervosos. Faltas desnecessárias, tretas da mesma forma (Andrey escapou de um cartão) e erros de passe que faziam a posse de bola de mais de 70% não adiantar muita coisa. E mais uma vez Andrey, Gabriel Pires e principalmente Bruno Gomes não participavam do jogo. Com todo o controle territorial, o Paraná tinha chutado apenas duas vezes ao gol de Darley.

Segundo tempo

Quase que a etapa final começa igual à primeira. A falha de Roberto (sequei a fera) foi salva pelo salto de Paulo Henrique, que tirou o chute de Rafinha a meio passo do gol. Taticamente, sim, Botafogo-SP x Paraná não mudara. O Tricolor sofria para criar e o jogo corria de forma até confortável para o Botinha. Renan Bressan estava cercado por camisas vermelhas, e estava claramente irritado – com as próprias dificuldades e com os problemas do time.

+ Não ouviu? Gustavo Villani chora ao falar de Caio Júnior

O ataque começou a produzir perto dos 20 minutos, mas aí a luz apagou. E quando voltou, vinte e tantos minutos depois, era possível engatar uma quinta marcha e acelerar o jogo. Mas o Paraná Clube seguiu do mesmo jeito – talvez porque não tivesse mais para apresentar. As tentativas de inversão eram válidas, mas não funcionavam. E o Botafogo, com um time bastante modesto, suportava bem o cerco tricolor.

+ Confira todos os posts do blog AQUI!

Allan Aal resolveu colocar de vez o Tricolor no ataque na entrada de Léo Castro no lugar de Jhony. Mas aí, em vez de ter um centroavante sem receber bolas, ficaram dois sem receber. Com Michel e Marcelo nos lugares de Andrey e Gabriel Pires, o panorama não mudou – na verdade, o Botafogo passou a ficar mais perto do segundo gol. Só depois da expulsão de Val é que o Paraná botou pressão. Mas insuficiente para empatar.