Atlético-GO x Athletico: ‘efeito Nikão’ garante empate, mas não a tranquilidade

Atlético-GO x Athletico
Léo Gomes contra Natanael. A disputa só rolou no primeiro tempo de Atlético-GO x Athletico. Foto: Heber Gomes/Agif/Folhapress

Poderia falar sobre Atlético-GO x Athletico usando a velha e cansada frase feita: jogando com um a mais desde o primeiro tempo, o Furacão não conseguiu vencer – ficou no empate em 1×1 neste sábado (17), em Goiânia. E isso ajuda a mostrar o tamanho do desafio rubro-negro a partir de agora. Em um momento técnico ruim de muitos jogadores, com o técnico Eduardo Barros tendo dificuldades para arrumar a equipe e jogos decisivos pela frente, a vida atleticana pode ter novidades nos próximos dias.

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Apesar de ter pressionado bastante, de ter tido chances inacreditáveis desperdiçadas nos minutos finais, mais uma vez o Athletico ficou devendo, permanecendo na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. E repetindo falhas que tinham sido vistas na derrota para o Corinthians e nas partidas anteriores. Sem vencer nos últimos seis jogos, o Furacão precisa de soluções. Uma delas foi conhecida antes mesmo de a bola rolar.

A volta de Autuori

O assunto antes do jogo em Goiânia foi o retorno de Paulo Autuori. Agora com ‘cargo em inglês’, o head coach, o diretor técnico. Ele já fez o mesmo papel ainda como treinador na primeira passagem dele pelo Athletico. Foi dele que partiu o plano de uniformização tática do clube, com a mesma forma de jogar desde a base. Com um banho de palavreado de marketing, isso virou o “jogo CAP“. Para Mário Celso Petraglia, nunca houve alguém como Autuori no Furacão – nem mesmo Fernando Diniz.

A volta do dirigente esvazia o poder de Paulo André, que já tinha perdido espaço com o retorno de William Thomas na semana passada. Autuori e Thomas são simbólicos não por terem instituído a filosofia de trabalho que o Athletico usa, mas são tomados interna e externamente como responsáveis por tudo que o clube conquistou nos últimos anos. Por isso a repercussão tão positiva do retorno, e uma pressão crescente sobre Paulo André e também sobre Eduardo Barros.

Autuori tá na área. Foto: Jonathan Campos/Arquivo

Atlético-GO x Athletico: o jogo

O Furacão entrou em campo com mudanças: a entrada (enfim!) de Ravanelli no meio-campo e a volta (de novo?) de Carlos Eduardo no ataque. Sem Erick e sem Jonathan, Léo Gomes era outra vez improvisado na lateral-direita, e Wellington seguia no meio campo ao lado de Christian e Léo Cittadini. E sem um volante agressivo, aquela tática que fazia de Thiago Heleno um lançador se repetia. A bola passava pouco por Cittadini e Ravanelli.

O jogo ganhou nova configuração quando William Maranhão deu um tapa na cara de Carlos Eduardo. Expulso sem dó, o volante deixou o Dragão em inferioridade numérica. Mas o Athletico não conseguia controlar o jogo. Mesmo com um a mais, o contra-ataque era a única arma rubro-negra. E desse jeito não adiantava escalar um ponta de lança. Aí Éder foi expulso por entrar em Carlos Eduardo pra quebrar, mas o VAR mandou ‘desexpulsar’.

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De qualquer forma, era obrigação para o Rubro-Negro atacar, ter iniciativa, partir para cima. Só que acontecia o contrário, e a superioridade tática dos donos da casa se confirmaria com o gol de peito de Zé Roberto. O Athletico saía atrás no placar, e por isso Eduardo Barros começou a colocar atacantes antes do habitual – no intervalo, tirando Léo Gomes e colocando Fabinho.

O efeito Nikão

Não sei de onde que o técnico interino acha que ficar sem lateral funciona. A defesa do Athletico ficou toda desarrumada, e era pela esquerda que o Dragão contra-atacava. Depois de quase levar o segundo gol, Christian começou a ficar por ali, mas ele também fechava pelo meio. Foi quando Nikão entrou no lugar de Carlos Eduardo. Era importante o camisa 11 voltar ao time – tanto pela partida quanto pela necessidade de ele entrar de novo em forma. E saía um jogador que só corria e entrava um que pensava.

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E o ‘efeito Nikão‘ logo se fez presente. Na primeira jogada lúcida do Athletico em Goiânia, o meia costurou pela direita e cruzou para Léo Cittadini empatar a partida. A partir dali, o Furacão se projetou todo para frente. E Guilherme Bissoli entrou no lugar de Ravanelli – já tava na hora de botar um monte de atacantes. Geuvânio ainda substituiu Renato Kayzer, quando todo o time estava no campo do Dragão. Mas foi Cittadini que perdeu a melhor chance da noite. O empate não quis sair do placar. E a próxima semana atleticana será bem movimentada.

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