Neste domingo (2), às 16h, começa mais uma decisão Atletiba no Campeonato Paranaense. O clássico mais importante – e mais hegemônico – do estado chega com características únicas. Desta vez sem torcidas, com o fator local perdendo força, a final acontecendo duas semanas depois da volta do futebol. São situações que entram no quebra-cabeça tático do clássico.
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Como a falta de torcida impacta muito no ambiente deste Atletiba, a diferença mais marcante dos jogos na Arena da Baixada e no Couto Pereira é que no estádio do Athletico a grama é artificial e no estádio do Coritiba é natural. Nem é por aquela pretensa vantagem rubro-negra por conta do gramado sintético, mas sim pela diferença de velocidade que as partidas terão. O jogo de ida será mais rápido, o da volta mais cadenciado.
Tecnicamente, o Atletiba tem vantagem do Furacão. O elenco do Athletico é melhor do que o do Coritiba, mas o craque do campeonato é alviverde, Rafinha. Só que há evidentes motivos para que não se aponte um favorito: a rivalidade, a expectativa pela conquista do título, o foco que está no Brasileirão que começa em seguidinha e principalmente o rendimento físico abaixo do normal dos dois times.
Atletiba no papel
Abaixo estão os dois ‘campinhos’ de Athletico e Coritiba – primeiro estará o Furacão porque é o mandante do jogo de ida. As escalações seguem o padrão do que Dorival Júnior e Eduardo Barroca fizeram desde a volta do Campeonato Paranaense.
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Atletiba espelhado
Agora, vejam quando sobrepomos os desenhos dos times. No posicionamento básico, o Atletiba é ‘espelhado’, com os setores todos ocupados. Quando isso acontece, o talento precisa fazer a diferença. Pra isso o Athletico tem Nikão e o Coritiba tem Rafinha – os dois, por coincidência, jogando na faixa direita de seus ataques.
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Os caminhos para o gol
Primeiro, vamos ver o movimento ofensivo do Athletico. Dois jogadores são fundamentais. Nikão dá ao time amplitude ao abrir o corredor – mesmo que Erick não seja um lateral de ofício -, abre a possibilidade do chute de média distância e também da assistência. E Léo Cittadini aproxima o meio do ataque, criando opções de jogada com Bissoli. Na esquerda, Abner é quem fecha mais para o meio, com Carlos Eduardo jogando como ponta. O Furacão precisa criar movimentos que abram espaço para Nikão e obriguem a marcação do Coritiba a sair do posicionamento natural.
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Agora o Coritiba. Rafinha tem liberdade total, apesar de flutuar basicamente na faixa direita. Ele pode fechar para o meio, ir para a linha de fundo ou mesmo ser uma isca para a marcação, permitindo a passagem de Thiago Lopes ou Patrick Vieira. Na esquerda, Robson abre o corredor para William Matheus e se aproxima de Igor Jesus. Para o centroavante não ficar isolado e participar pouco, Gabriel precisa chegar mais à frente. E é com a inventividade de Rafinha e o oportunismo de Robson que o Coxa pode vencer a marcação do Athletico.
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Pressão na bola!
Era assim que Ivo Wortmann gritava com seus jogadores. Hoje chamamos isso de marcação adiantada, uma ação tática que vamos ver muito no Atletiba deste domingo. O Athletico tem uma saída pelo chão, que é bastante trabalhada mas envolve risco. E o Coritiba tem mais dificuldades nessa primeira transição. Por isso, tanto Furacão quanto Coxa vão querer pressionar a linha defensiva. E esses roubos de bola podem decidir o clássico – e o Campeonato Paranaense.
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