Gosto desse termo “finalíssima“, que se aplica ao Atletiba desta quarta-feira (5), no Couto Pereira. Não é uma simples final (como se final fosse simples), é uma FINALÍSSIMA. E por mais que tenhamos que sempre lembrar que o Campeonato Paranaense não é a prioridade, ganhar um título quase não tem efeitos adversos. Por isso Coritiba e Athletico vão com tudo para o jogo que define o campeão estadual.
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E com pouco tempo de treinamento, sem ter sido um treinamento de extrema qualidade, com um Brasileirão começando três dias depois da finalíssima e com elencos ainda com opções restritas, será que é possível surpreender? Onde Dorival Júnior e Eduardo Barroca poderiam armar uma arapuca pra conquistar o Paranaense? E como criar um fato novo num confronto de times que se conhecem tanto?
O grande desafio para fazer uma mudança tática profunda a ponto de surpreender o adversário é a falta de tempo. Não há como reorganizar todo um time com apenas um, no máximo dois treinamentos. Claro que se altera alguma coisa ou outra, mas não uma revolução tática. É mais na conversa do que no campo que as novidades serão preparadas. Mas o que é que dá pra fazer?
Coxa no Atletiba: ao ataque total?
Precisando vencer para no mínimo levar a decisão para os pênaltis (vencendo por dois gols ou mais de diferença, leva o título direto), o Coritiba terá que propor mais o jogo. A estratégia de conter a velocidade do Athletico no jogo da Arena da Baixada surtiu efeito, mas uma falha de marcação decidiu o clássico para o Furacão. Agora, além de evitar as virtudes do rival, Eduardo Barroca terá que dar um passo à frente, ser mais presente no ataque.
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A primeira solução, talvez a de mais simples execução, é formar duas linhas de quatro sem o elemento que fica entre essas linhas – traduzindo o tatiquês, é tirar o volante. Colocando Sassá (ou Wanderley, ou Welissol) no lugar de Nathan Silva, o Coritiba seria mais agressivo, e jogaria mais no campo do Athletico. É uma ideia arriscada, mas é a finalíssima, então é a hora do vai ou racha.
Se quiser equilibrar o meio, Barroca poderia também sacar Gabriel e colocar Renê Júnior (ou Matheus Bueno), dando um pouco de solidez à marcação e mantendo o perfil ofensivo. Mas imagino o Coxa iniciando o Atletiba desta quarta com uma formação próxima à que começou a partida da Arena, e vá mudando dependendo do que acontecer durante a partida.
Furacão no Atletiba: posse de bola?
O Atlético não vai jogar para se defender no Couto Pereira. Não é o perfil, mesmo que tenha a vantagem do empate contra o Coritiba. Mas mesmo em partidas de mais exigência o Furacão não ficou na retranca. Por isso, a melhor forma para tentar controlar o jogo é manter a posse de bola. Afinal, se a bola está com você, o adversário não está atacante. É uma obviedade, mas é uma premissa básica dos treinadores.
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Aí tem dois pontos. Há uma preocupação com Guilherme Bissoli, que saiu lesionado do Atletiba na Baixada. E também a atuação de Marquinhos Gabriel foi abaixo do esperado, justamente não conseguindo controlar o jogo a favor do Furacão. Nos dois casos seria possível projetar a entrada de Fernando Canesin. Por tudo que fez Dorival Júnior na temporada, não é a alteração mais provável, mas seria uma solução mais eficiente.
Ele daria algo ao Athletico que o time atual não tem – a possibilidade de mudar o ritmo de jogo, cadenciar mais o time. Mas é mais possível ver Vitinho jogando no lugar de Bissoli, com Carlos Eduardo centralizado. Além da entrada de Adriano na lateral-direita, no lugar de Jonathan.
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Zona de conforto
Apesar do fator surpresa não ser tão grande, fica claro que é possível arriscar, sair da zona de conforto. De um lado, o do Coritiba, para ter a agressividade necessária para buscar a remontada. De outro, o do Athletico, para controlar o jogo e ter mais condições de manter a vantagem. Basta querer. Quando a noite de quarta chegar, vamos saber até onde podem ir Dorival Júnior e Eduardo Barroca.
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