Atletiba do coronavírus: goleada Coxa no último jogo do Paranaense – pelo menos por enquanto

Festa para Igor Jesus. Era o primeiro gol da vitória do Coritiba no Atletiba. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

O Atletiba do coronavírus também foi o Atletiba dos portões fechados e do 4×0 do Coritiba sobre o Athletico, neste domingo (15), no Couto Pereira. A maior goleada alviverde desde o histórico 5×1 de 1995 (o clássico da Páscoa que levou Mário Celso Petraglia ao poder no Furacão) garantiu o Coxa com o título simbólico da primeira fase do Campeonato Paranaense, no que foi por enquanto o último ato do Estadual, que deverá ser suspenso por tempo indeterminado nesta segunda-feira (16).

Jogo com portões fechados é muito estranho. Até compreendi quando do anúncio, mas o fato em si é muito triste. Ainda mais em um Atletiba. Para quem analisa a partida, é sempre interessante ouvir o que treinadores, jogadores e árbitros falam, só que perde-se o real patrimônio de um clássico, que é a festa da torcida. Infelizmente, não havia outro jeito de acontecer o duelo.

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O jogo foi bem movimentado desde o início, com o Athletico usando muito bem sua velocidade para criar chances incríveis – Alex Muralha fez duas grandes defesas seguidas e a bola no travessão de Denner. Mas o Coritiba, com um time mais rodado, aproveitou as bobeadas da defesa rubro-negra para encaminhar a vitória com menos de 20 minutos do primeiro tempo.

A falha de Pedrão deu a chance para Rafinha dar mais uma assistência, desta vez para Igor Jesus. Em vantagem, o Coxa não reduziu o ritmo, e em outra desatenção que originou um escanteio, Sabino marcou o segundo. Os donos da casa mostraram suas grandes virtudes na temporada – o talento de Rafinha e a eficiência na bola parada. Nos dois gols o jovem goleiro atleticano Gabriel falhou.

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Atletiba tático

A partir do 2×0, o Coritiba diminuiu a velocidade. Armado com os dois volantes marcadores, Matheus Sales e Nathan Silva e abrindo Giovanni Augusto e Rafinha, o armador pelo meio – Thiago Lopes – era pouco acionado. Mas já era um momento em que a obrigação de atacar era do Athletico, que tinha o time de aspirantes ‘ideal’, com Abner Vinícius, Christian e Pedrinho, mas o setor ofensivo caiu de produção após os primeiros minutos.

Rafinha levou enorme vantagem sobre Abner. Foto: Gabriel Rosa/Foto Digital

O que faltava ao Furacão era a movimentação das peças de ataque. Ter Reinaldo, Jajá e Pedrinho presos em seus setores é tirar parte importante da qualidade deles. Era vantagem, principalmente para William Matheus e Patrick Vieira, que não eram pressionados. Christian, como sempre, sobrava no meio-campo, mas às vezes lutava sozinho contra os dois volantes alviverdes.

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E mesmo com posse de bola, o Athletico não conseguia chegar com perigo. Enquanto isso, o Coritiba esperava apenas que uma brecha se abrisse. Foi no final da primeira etapa que isso aconteceu, e Matheus Sales mandou um balaço para decidir o jogo.

Segundo tempo

Com Jaderson e Vinícius Mingotti nos lugares de Abner e Denner (os dois que mais ficaram devendo), o Athletico apostou numa equipe mais ofensiva. O plano de Eduardo Barros era criar duelos individuais na frente, jogar pressão sobre os zagueiros do Coritiba e tentar também marcar a saída de bola. Estratégia inevitável com o resultado totalmente desfavorável.

Era o Coxa quem ficaria com o contra-ataque. Uma situação rara para os donos da casa neste ano. Espaço tinha de sobra, e qualquer avanço alviverde levava enorme perigo para o Furacão. Como diriam meus colegas comentaristas mais experientes, o Coritiba estava mais perto do quarto gol que o Athletico do primeiro. Sabino, Igor Jesus, Rafinha e Thiago Lopes quase marcaram.

Rhodolfo comemora o quarto gol. Foto: Gabriel Rosa/Foto Digital

Até Rhodolfo marcar o quarto, em outra jogada de bola parada. Era o retrato fiel do Atletiba, com o Coritiba superior e um Athletico abatido. Era tão sob controle que Eduardo Barroca colocou Gabriel para ganhar ritmo de jogo. Com o primeiro lugar, o Coxa ‘recebeu’ o clássico com o Paraná Clube de presente, enquanto o Athletico vai encarar o Londrina. Isso se conseguirmos retomar o Campeonato Paranaense.

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