Estamos perto de mais um Atletiba. Neste sábado (12), às 16h30, na Arena da Baixada, o clássico volta a ser disputado pelo Campeonato Brasileiro depois de três anos. Mas chega com Athletico e Coritiba em situação preocupante, ambos com apenas oito pontos em nove partidas disputadas – e ambos na zona de rebaixamento. Será que poderemos esperar alguma coisa desse Atletiba?
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Cada um dos 345 clássicos anteriores tiveram sua história, seus momentos decisivos e seus personagens. Mesmo Atletibas em que havia pouca expectativa – quase sempre pela fase ruim dos times – vivemos emoções e elegemos heróis e vilões. Dentro e fora de campo. Na semana deste jogo do sábado, o Athletico teve seu presidente reclamando nas redes sociais de quem o critica, enquanto no Coritiba escancarou-se o movimento para adiar as eleições.
Em resumo, mesmo que Furacão e Coxa estejam mal no Brasileirão, e os últimos resultados tenham sido frustrantes, porque ambos poderiam ter vencido, o clássico sempre agita o ambiente. E é o chamado ‘agente provocador’ – o resultado do Atletiba pode influenciar decisões dos dirigentes para a sequência da temporada. Por isso, repito a pergunta: o que esperar?
1) Atletiba da tensão
Athletico e Coritiba entrarão em campo pressionados. Do lado dos donos da casa, os sete jogos seguidos sem vitória e a zona de rebaixamento já seriam motivo suficiente de pressão, mas há a volta da Libertadores três dias depois do Atletiba, e por isso espera-se reabilitação imediata. Do lado dos visitantes, há muita ansiedade para se afastar de uma vez da ZR, uma tarefa que é considerada difícil até mesmo internamente e que vem afetando o controle emocional dos jogadores.
2) Disputa
O Athletico de Eduardo Barros tem o firme propósito de recuperar – e mostrar que recuperou – o “jogo CAP”, a filosofia de atuar com velocidade, transição e agressividade que se tornou política e peça de marketing no clube. O Coritiba de Jorginho luta para ser sólido, correr menos riscos e melhorar seu sistema de marcação, que vem falhando em momentos decisivos e em jogos ganhos, como na quarta-feira (9) contra o Goiás. Então, por mais que haja sempre essa dúvida, disposição não vai faltar no Atletiba. E pressão também sobre os dois treinadores.
3) Duelos individuais
Um bom duelo 1×1 do clássico deste sábado envolve Nikão e William Matheus. Diante do Botafogo, na quarta, o camisa 11 do Furacão foi o jogador mais lúcido, apesar do pênalti perdido no final da partida. Já o lateral-esquerdo alviverde, que cometeu uma penalidade, segue sendo bastante efetivo no apoio. Eles vão se ‘trombar’ no Atletiba, e a vantagem nessa disputa vai ajudar a explicar o clássico.
4) Zagueiros e líderes
De um lado, Thiago Heleno. O General quase enlouqueceu com os erros do Athletico diante do Botafogo – uma capacidade de indignação que andava em falta no time. Conhecedor do Atletiba e de seus efeitos, ele pode agitar os seus companheiros. E de outro lado, Sabino. Mais regular do Coritiba, artilheiro do time e um dos destaques do Campeonato Brasileiro, ele viveu muitas emoções contra o Goiás (gol contra e gol a favor). E é nele que a torcida alviverde mais confia para a vitória no clássico.
5) Os goleiros do Atletiba
Santos e Wilson vivem ótimos momentos. O camisa 1 do Furacão continua no radar de Tite, e espera ser convocado para a seleção brasileira quando forem iniciadas as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Ídolo e referência rubro-negra, ele tem capacidade para decidir o Atletiba. O camisa 84 do Coritiba enfim se firmou como titular, depois de ser reserva e viver um rodízio com Alex Muralha, e retomou seu posto de jogador alviverde mais influente. Ele já fez seus milagres neste Brasileirão.
6) Artilheiros em baixa
O que é melhor do que um clássico para recuperar um centroavante? A chance está aberta para Guilherme Bissoli e Sassá. O jovem atacante do Athletico começou muito bem a temporada, sofreu com uma lesão e ainda não conseguiu render desde que voltou ao time. O experiente jogador do Coritiba ainda não conseguiu emplacar uma sequência de boas atuações, mas está sendo bancado por Jorginho. Será que alguém dá a volta por cima no Atletiba?
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7) Os recuperados
Nos bancos, dois personagens estarão loucos para entrar – e as torcidas também esperam por eles. Walter ainda vive um processo de recuperação física após dois anos sem atuar. Mas a má fase ofensiva do Furacão levou a comissão técnica a acelerar seu retorno. Já Giovanni se ‘beneficiou’ da pandemia para retornar ao Coxa depois da cirurgia no joelho, e também está tentando retomar o ritmo de jogo. Apesar das dificuldades, eles têm potencial de decidir a partida em um lance.
8) É Atletiba
Acima de todas as cautelas, preocupações e decepções, o sábado nos reserva o maior clássico do futebol paranaense. A rivalidade, a necessidade de resultado e o desejo de voltar a vencer vão mover Athletico e Coritiba em mais um Atletiba. E que tenhamos sorte de ver um grande jogo.