Seis jogos que explicam a história do Athletico

Jackson do Nascimento e a faixa de campeão de 1949. O Athletico virou Furacão para sempre. Foto: Daniel Castellano/Arquivo

A ideia é original do Rory Smith, no The New York Times, e depois foi adaptada com brilhantismo em O Globo – resumir a história do futebol em seis partidas. Olhando sempre para o nosso lado, preferi escolher seis jogos que ajudam a explicar o que são Athletico, Coritiba e Paraná Clube.

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Claro que é muito difícil resumir a história de 96 anos do Athletico em apenas seis partidas. Mas esses jogos, para mim, formam uma lista básica de momentos para se conhecer o Furacão. Nem sempre são vitórias, mas todos são formadores da imagem rubro-negra.

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Como você já notou, abro a série com o Athletico, pela natural ordem alfabética. Na sexta (5) entrou no ar a lista coxa e no sábado (7) a lista tricolor.

Britânia 1×5 Athletico – 19/06/1949

Sim, o Athletico foi fundado em 1924, mas o clube que conhecemos hoje ‘nasceu’ em junho de 1949. Desde o início do Campeonato Paranaense daquele ano já se falava em superioridade gigante do Rubro-Negro diante dos adversários. E goleada em cima de goleada, os resultados confirmavam a expectativa. Mas faltava a eternização daquele time de Jackson e Cireno. E ela veio após a vitória sobre o Britânia. No dia seguinte, estava lá nas páginas do jornais o apelido que encarna o espírito do clube – a ponto de hoje estar estilizado no escudo. O Athletico não seria o mesmo sem a existência do Furacão.

A história sendo escrita, apesar do “Furação” no destaque do Diário da Tarde. Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Seleto 1×4 Athletico – 13/09/1970

Depois de ser dominante no futebol paranaense, o Athletico atravessou um período de vacas magras. Foram doze anos sem título estadual, e o sério risco de ver os rivais ficarem muito à frente do clube. Era preciso ter uma conquista que reaproximasse o Furacão de seu maior patrimônio, a torcida. E foi em 1970 que a libertação veio, com a presença iluminada de Djalma Santos, que já no fim da carreira escreveu seu nome na história rubro-negra.

O time campeão e o técnico Alfredo Ramos no Diário do Paraná. Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Athletico 2×0 Flamengo – 15/05/1983

É como se todos os atleticanos estivessem no mesmo lugar. Se você perguntar para os torcedores com mais de 45 anos, vai ouvir muitas vezes “eu estava lá“. O jogo de maior público da história do Couto Pereira teve vitória do Furacão, só que não valeu a classificação pra final do Campeonato Brasileiro. Mas, principalmente, é um ponto de recuperação da imagem nacional do clube, firmada pelo time de Roberto Costa, Nivaldo, Washington e Assis.

O Athletico de volta ao cenário nacional em 1983. Aí, a revista Placar da semana seguinte à eliminação no Brasileiro. Foto: Reprodução

Athletico 1×5 Coritiba – 16/04/1995

Há quem diga que foi a ‘melhor derrota‘ da história do Athletico. Claro que no dia o pessoal ficou pra lá de bravo com a goleada no Atletiba da Páscoa. Mas foi ali que começou uma nova história rubro-negra. O ponto de partida é admitido inclusive pelo protagonista Mário Celso Petraglia, que pouco mais de um mês depois assumiria o clube para colocá-lo no século XXI.

A capa da Tribuna esteve até em uma apresentação de Petraglia sobre o período em que comanda o Athletico. Foto: Reprodução

São Caetano 0x1 Athletico – 23/12/2001

Impossível não incluir o jogo mais importante da história do clube. Tudo que aconteceu daquele dia em diante tem aquela antevéspera de Natal em 2001 como impulsionador. Como bem disse o Paulo Vinícius Coelho no podcast De Letra dessa semana, o título brasileiro não valeu o ingresso automático no clube dos grandes do futebol brasileiro, mas mostrou onde o Athletico estava disposto a chegar.

Alessandro, Eudes Pedro e Geninho no maior momento da história do Athletico. Foto: Valterci Santos/Arquivo

Athletico 1×1 São Paulo – 06/07/2005

E a final da Sul-Americana?“. “E a final da Copa do Brasil?“. Arrisco-me a dizer que elas vieram porque o primeiro jogo da final da Libertadores de 2005 não aconteceu na Arena da Baixada. A proibição de jogar em casa, somada à recusa do Coritiba em emprestar o estádio e a consequente ida para Porto Alegre fizeram o Athletico ter a certeza de que não lhe seria permitido dar o salto para a elite brasileira. E aí, ano após ano, o clube foi tentando forçar a porta, para provar no campo que tinha lugar entre os grandes. O perfil rubro-negro de contestador da ordem vigente no futebol nacional foi moldado na dor de não decidir uma Libertadores em seu estádio.

A montagem da estrutura tubular para a final tinha até torcida. Não decidir a Libertadores em casa é uma ferida ainda aberta para os atleticanos. Foto: Pedro Serápio/Arquivo

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