O Athletico inicia nesta terça-feira (3) sua sétima participação na Copa Libertadores, na partida contra o Peñarol, às 21h30, na Arena da Baixada. Uma trajetória de 20 anos, com vários momentos especiais. Vou recordar aqui daquela primeira vez do Furacão no torneio, no assustadoramente distante 2000.
+ No podcast De Letra, a seleção da década do futebol paranaense!
Tenho alguns orgulhos na carreira. Talvez o maior deles tenha sido o primeiro repórter de rádio a ser setorista dos três clubes da capital e de ter viajado para o exterior com os três. Em 2000, estava cobrindo o Athletico na rádio Cidade, e veio a oportunidade de acompanhar o Furacão em dois dos três jogos fora do País na primeira fase da Libertadores.
Lima
Pra mim era também a primeira viagem a trabalho pra fora do Brasil – ir de carro até Ciudad del Este não valia. Então a ansiedade dos jogadores, dos dirigentes e dos torcedores naquela primeira competição internacional do Athletico era também a minha e a de meus colegas. Muitos dos que foram a Lima tinham experiência internacional, mas cobrindo seleção brasileira, jogos de clubes paulistas ou cariocas ou mesmo a Fórmula 1, como o Linhares Júnior, hoje narrador do SporTV.
A primeira lembrança que tenho de Lima é o trânsito. Nunca vi nada tão insano. Muitos carros – inclusive os táxis – não tinham nem mesmo o espelho retrovisor do lado esquerdo (imagine do direito). E eu e o Luiz Augusto Xavier precisávamos muito dos táxis, pois estávamos em Miraflores, o bairro beira-mar, enquanto o Athletico estava bem no centro. Nosso hotel tinha um cassino clandestino, mas essa é outra história.
+ Trio de Ferro busca reforços mesmo sem poder inscrever
Após o treino de reconhecimento do gramado do Alejandro Villanueva, ficamos perdidos dentro do estádio. Acabamos em uma saída alternativa, na região mais perigosa da cidade. Fomos resgatados por policiais, que nos tiraram dali. A estreia da Libertadores foi perfeita pro Athletico. Vitória categórica sobre o Alianza, mostrando que o time tinha chegado com tudo.
Montevidéu
Depois de ganhar do Emelec na Arena com um gol de falta de Kléber (“Ele nunca bateu uma falta na vida”, assombrou-se o técnico Oswaldo Alvarez), o Athletico fez seu terceiro jogo na Libertadores em Montevidéu, contra o Nacional. E a capital do Uruguai é simplesmente espetacular. Organizada, cosmopolita, bonita… Foi incrível ter ido para lá.
+ Opinião: Falta público no Paranaense porque ninguém valoriza a competição
Com o Furacão em alta na Libertadores, mais jornalistas foram até Montevidéu. Incluindo a TV Bandeirantes, que ia transmitir o jogo em rede nacional. Os jantares e os almoços no Mercado do Porto foram memoráveis. Na véspera da partida, o nosso querido Carneiro Neto bancou o regabofe. No dia do jogo, cruzamos (estávamos em uns dez jornalistas curitibanos) com o Luciano do Valle por lá. Ele foi muito simpático, cumprimentou a gente e foi com a esposa em outro restaurante.
Passada uma meia hora, um da nossa turma irrompeu contra o Luciano, do nada. “Esse f… da p… vem aqui na hora boa”, começou, e aos berros foi reclamando da presença do Seu Bolacha por lá. Contivemos o nosso companheiro indignado e fomos embora – afinal, ainda tinha jogo.
E no estádio Centenário, palco da final da Copa do Mundo de 1930, Kelly comandou uma vitória histórica. Foi o auge daquele time de Vadão, que tinha o ‘quadrado mágico’ original do Athletico, com Kelly, Adriano, Lucas e Kléber. O Furacão fechou a primeira fase da Libertadores com a segunda melhor campanha, pegou o Atlético-MG como favorito, mas foi eliminado nos pênaltis. O gosto de frustração foi enorme, mas aquele time iniciou uma história que tem novo capítulo a partir desta terça.
+ Confira todos os posts do blog AQUI!