Acompanhe jogos da Série A, da Série B ou da Série C do Campeonato Brasileiro e sempre haverá reclamações com a arbitragem. Com apenas três semanas do início das competições nacionais, os árbitros do País podem se gabar. Eles atingiram a unanimidade: 100% dos clubes, jogadores, técnicos e torcedores estão reclamando. Não tem ninguém satisfeito.
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Esses dias, um torcedor do Botafogo entrou em contato comigo por achar que eu tinha criticado injustamente o presidente Nelson Muffarej, que fizera uma nota para reclamar do gol do Paraná Clube no jogo da semana passada pela Copa do Brasil. E entendi o argumento dele – por mais que sempre haja um pouco de choradeira nas críticas, há erros. E muitos.
É possível dizer que nossos times paranaenses já foram prejudicados neste curto período. E normalmente são lances simples, de fácil conclusão, em que não precisaríamos nem mesmo dos cada vez mais necessários colegas da Central do Apito. Por sinal, eles precisam de adicional de insalubridade para explicar a quantidade de trapalhadas que estamos vendo nos nossos campos.
Arbitragem confusa
Sou contra as teorias da conspiração. Não concordo com papos de “ah, estão armando pro time X ser prejudicado” ou “é tudo preparado pro time Y ser campeão”. Além de ter certeza que essas coisas não existem – o pessoal não se acerta em contrato de jogador, acham mesmo que vão se acertar pra definir um campeão? -, a quantidade de erros deixa claro que o problema é geral.
+ Homenagem: descanse em paz, seu Levi Mulford. E obrigado
Não está se prejudicando um ou outro time. São todos. Toda rodada tem alguém reclamando – e, infelizmente, com razão. E isso gera essa desconfiança generalizada. Por mais que eu continue achando que nem Jesus Cristo conseguiria trabalhar na arbitragem brasileira, por conta da pressão, não dá pra não dizer que há muita gente sem qualidade para apitar.
Aí, o que poderia ser um mimimi desnecessário vira uma enxurrada de críticas. E esse clima de beligerância, com notas oficiais e reclamações nas redes sociais, é transportado para o campo. São poucos árbitros que escapam da pressão e da confusão. Diria que só Anderson Daronco, e isso porque ele é da turma da maromba.
Nem o VAR resistiu
Aí você adota o VAR, uma modernidade há tanto tempo esperada por todos que vivem no futebol. E a arbitragem pelo mundo todo ganha em agilidade, consegue reduzir erros, melhora o nível das partidas. Mas nem o VAR resiste ao Brasil. Em nenhum outro país se critica tanto a ajuda de vídeo – mas também em nenhum outro país o VAR é tão mal utilizado.
Aqui se demora muito, se chama quando não deve, não se chama quando deve, há erros de todo tipo… Dá até uma preguiça de contar. Cada lance demora cinco, dez minutos pra ser revisado. Outro dia liguei num jogo do Brasileirão com 10 minutos de acréscimo. E não se conteste a tecnologia. Ela está aí e precisa ser usada. Mas quem controla a tecnologia está errando, o que faz com que o VAR vire o vilão do futebol brasileiro.
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Corrigir tantos erros não é simples. Leonardo Gaciba, o diretor de arbitragem da CBF, sempre me pareceu uma pessoa correta e interessada na melhora do nível da arbitragem. Mas ele precisa agir com firmeza. Se os árbitros às vezes podem reclamar de injustiça, neste início de Campeonato Brasileiro eles estão merecendo todas as críticas.