O atacante Fábio Oliveira pôs fogo em uma semana que vinha transcorrendo com absoluta tranqüilidade no Paraná Clube. Ele reclamou da carga de treinamentos no clube e disse que muitos jogadores estão cansados. O preparador físico Fabiano Rosenau rebateu as críticas e conseguiu, aparentemente, contornar o problema. Após o treinamento, Fábio afirmou que foi mal compreendido e que não quis questionar a metodologia do trabalho da comissão técnica.
A declaração do centroavante causou impacto, pois desde a sua chegada ele tem sido um dos atletas mais participativos nos treinamentos. A “semana mais longa” – devido à transferência do jogo frente ao Prudentópolis para segunda-feira – provocou uma completa reformulação nos trabalhos. Com mais tempo, o preparador Fabiano Rosenau decidiu aprimorar a forma física dos jogadores. “Muitos deles, incluindo o Fábio, chegaram ao clube com a competição em andamento e não participaram da pré-temporada”, lembrou Fabiano.
“Não mudamos nada na nossa metodologia”, salientou. Fábio Oliveira, antes de entrar no campo para o trabalho de ontem, disse que o time poderia sentir o ritmo, o que prejudicaria o rendimento da equipe em Irati. “Depois, vão nos cobrar. Mas, muitos jogadores estão cansados, só que ninguém fala”, disparou. Outros atletas, indagados sobre a questão, negaram que o time esteja desgastado. Nas entrelinhas, confirmaram que a distância entre um jogo e outro tornou-se muito grande, mas só.
Apenas dois dias foram integralmente dedicados a treinamentos físicos. Na segunda-feira, os titulares só trabalharam à tarde. No dia seguinte, houve um treino intenso pela manhã e haveria trabalho com bola à tarde. Como choveu, a comissão técnica decidiu substituir o treino-técnico por um complemento físico. Na quarta-feira, o treino foi com bola e somente à tarde e ontem pela manhã o técnico-interino Édson “Neguinho” dos Santos comandou um coletivo.
“Todo o trabalho está sendo desenvolvido para que tenhamos uma equipe com força em campo. O torneio da morte exige essa postura”, comentou Rosenau. Para o preparador físico, o “desabafo” de Fábio Oliveira foi um fato isolado e pessoal e que não será tratado como “indisciplina”. “Ele está gripado e por isso deve ter sentido um pouco mais as atividades. Mas, é fato superado”, disse.
O superintendente Ricardo Machado Lima conversou rapidamente com o jogador após o treino e então Fábio Oliveira explicou que não quis contestar aquilo que a comissão técnica realiza. “Fui mal interpretado. Mas, não tem nada não, segunda a gente entra em campo, faz a nossa parte e ninguém mais fala nisso”, afirmou. Reflexo da queixa de Fábio, ou não, a comissão técnica decidiu cancelar o treino de hoje pela manhã e à tarde Neguinho comanda mais um treino tático.
Athos liberado. Mesmo time
Com a liberação de Athos – julgado ontem no TJD – o técnico interino Édson “Neguinho” dos Santos já tem o time escalado para o jogo frente ao Prudentópolis. Pela primeira vez no ano, o Paraná Clube terá a mesma formação em dois jogos seguidos. No coletivo de ontem, o treinador chegou a testar algumas variações, que até poderão ser aplicadas no jogo (às 15h30 de segunda, em Irati).
Como Athos foi poupado do treinamento (com dores no tornozelo direito), Vandinho reapareceu no ataque tricolor, ao lado de Fábio Oliveira. Foi um treino “quente” com jogadas viris e alguns desentendimentos entre titulares e reservas. “Mostra que pegada o time terá. Vamos em busca da vitória”, comentou Neguinho.
O treinador testou ainda a entrada de Alex no ataque e depois escalou Anderson na ala esquerda, deslocando Jadílson para o meio-de-campo. O lateral-direito Erivélton, recuperado da entorse de tornozelo, participou de todo o treino.
Se não houver imprevistos, Neguinho escala Flávio; Erivélton, Fernando Lombardi, Gélson Baresi e Jadílson; João Vítor, Alexandre, Wiliam e Jean Carlo; Athos e Fábio Oliveira. Uma vitória nesta última rodada do primeiro turno pode levar o Paraná à liderança do torneio da morte.