Rio – A crise na Varig pode afetar o Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A, com adiamento de jogos e outros transtornos referentes a despesas com hospedagem das delegações, diária de árbitros e falta de datas para o complemento das rodadas. A competição começa neste fim de semana com dez partidas – em nove delas atletas e comissão técnica dos clubes visitantes dependem de bilhetes aéreos para chegar ao local do jogo.
O Clube dos 13, responsável pela comercialização do campeonato, tem acordo com uma agência de turismo, a Pallas Operadora, que, por sua vez, mantém contrato com a Varig para a emissão de passagens aos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. A empresa aérea explora a sua marca, com placas publicitárias, em todos os estádios em que são disputadas partidas pela 1.ª divisão do futebol brasileiro.
Com a possibilidade de cancelamento de vôos ou até mesmo do fim das operações da Varig, a Pallas poderia recorrer a duas empresas, TAM e Gol, como consta do contrato da agência de turismo com o Clube dos 13. Mas isso não seria uma garantia de que haveria disponibilidade de bilhetes para todas as delegações ao longo do campeonato – de 15 de abril a 3 de dezembro.
?Se as demais empresas não atenderem a demanda da Varig, a situação pode se complicar. Existe esse risco?, disse o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff. Para ele, a entidade se sente resguardada por uma cláusula contratual (com a Pallas) que garante a emissão de bilhetes para os clubes. Mas admitiu a hipótese de rediscutir o assunto com a agência e mesmo com a CBF se a situação se agravar. ?É uma questão muito maior do que todos nós poderíamos imaginar.?
Seleção
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não escondeu sua preocupação sobre o desfecho da crise da Varig.
?Se você perguntar a qualquer pessoa do meio (do futebol), ninguém vai saber dar uma alternativa (ao problema), porque não sabe o que pode acontecer no dia de amanhã. Temos que ficar observando e nos preparar para eventualidades?, disse.
O impasse pode também prejudicar compromissos da seleção.
A CBF tem parceria com a Varig, utiliza suas aeronaves para vôos fretados e habitualmente recorre à empresa para compromissos no exterior da seleção brasileira. Nas últimas três Copas do Mundo, a entidade levou os atletas para Estados Unidos (1994) França (1998), e Coréia do Sul e Japão (2002) a bordo de um MD-11 da Varig, caracterizado com as cores verde e amarela e o símbolo da CBF. E já fechou acordo para fazer o mesmo em 21 de maio, quando parte da equipe seguirá do Rio para a Europa, no início da preparação para a Copa do Mundo da Alemanha. A diretoria da Pallas não retornou às ligações da reportagem para tratar do tema.