Se os clubes estavam assustados com a redução da cota de patrocínio para o campeonato brasileiro do ano que vem, agora podem começar a fazer contas mais e ficar mais preocupados. Atlético e Coritiba serão diretamente afetados (o Paraná é um caso a ser estudado com os clubes que subirão da série B num futuro próximo) pela nova investida da Globo Esportes, que ontem à tarde esteve reunida com uma comissão do Clube dos 13. Apesar do Brasileirão do ano que vem ter duração de oito meses, a Globo propôs uma nova redução de 25% sobre os valores. Em agosto, ela já havia reduzido em 30%.
Assim, Atlético e Coritiba, que receberiam R$ 666 mil mensais, em 2003, vão receber somente R$ 500 mil. Os dois estão no grupo 4, junto com Portuguesa, Guarani, Vitória, Sport e Goiás.
Este grupo receberia R$ 8 milhões cada um, mas a cota anual baixou para R$ 6 milhões. O Paraná Clube, que não foi citado com valores na reunião de agosto por não fazer parte do Clube dos 13, outra vez ficou de fora. Desta vez, a justificativa do patrocinador para o descaso foi a indefinição dos dois clubes da série B que subirão à primeira divisão. Este ano, o Tricolor recebeu R$ 1,1 milhão durante todo o campeonato nacional.
A reunião de ontem foi realizada na sede do Flamengo, na Gávea, zona sul do Rio. Para compensar a perda financeira dos times, a emissora apresentou outras três propostas de viabilização de recursos, entre elas, a da criação de um título de capitalização, que distribuiria prêmios em dinheiro ou em bens.
A Globo tem um contrato assinado com o Clube dos 13 até 2005. Com a ampliação da disputa do Brasileiro para oito meses foi necessária a negociação de um aditamento. A primeira proposta da emissora foi feita em agosto, sob o valor de R$ 224,6 milhões para 2003, durante uma reunião também realizada na Gávea. A proposta de ontem é de R$ 168,4 milhões.
O montante oferecido na primeira reunião seria dividido em quatro faixas. O primeiro grupo (Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo e Vasco) receberia R$ 15,4 milhões, cada um. Agora, a proposta é de 11,4 milhões; o segundo (Santos, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio e Internacional) teria direito a R$ 11,7 milhões – a oferta de ontem é de 8,6 milhões; no terceiro (Bahia), a redução sugerida é de R$ 9,7 milhões para 7,2 milhões; e o último (Portuguesa-SP, Guarani, Vitória, Atlético-PR, Sport, Coritiba, Goiás) cai de R$ 8 para 6 milhões . O pagamento seria feito em cotas mensais.
O presidente do Flamengo, Hélio Ferraz, previu que em sete dias uma decisão será tomada, mas se mostrou otimista quanto a um acerto. Outra exigência da Globo foi a de que nos próximos contratos existam duas cláusulas: redução de 50% no valor a ser pago aos clubes, caso haja virada de mesa ou na hipóteses do calendário não ser cumprido.
No dia 17 de dezembro, os clubes vão se reunir, em um conselho técnico, e decidirão qual a fórmula de disputa do Brasileiro de 2003. A competição deve ser realizada em sistema de pontos corridos.
O único impasse sobre como o Brasileiro deva ser realizado está na disputa ou não de finais. Uma corrente defende que o campeão deve ser aquele que somar mais pontos ao longo da competição. Outra prefere que exista uma final reunindo as melhores equipes.
