Crise na Fórmula 1 tira foco do mercado de pilotos

Só se fala de Max Mosley e de sua briga com as equipes, entrincheiradas na Fota, a associação criada no ano passado. Com isso, o prato predileto da imprensa especializada que cobre a Fórmula 1, o troca-troca de pilotos, está em segundo plano. O que não quer dizer que esteja parado. Muito pelo contrário.

O GP da Alemanha, amanhã, marca a o fim da primeira metade do campeonato. É nessa época que começa o que se chama de silly season, a temporada dos boatos na categoria. E ela está fervendo.

Fernando Alonso deverá mesmo correr na Ferrari no ano que vem. Com o apoio do banco Santander, que patrocinará o time italiano, o espanhol assumirá o lugar de Kimi Raikkonen. O finlandês tem contrato até o fim de 2010. Aceita sair. Mas quer receber a multa rescisória, na casa de US$ 26 milhões.

Kimi, campeão de 2007, fez uma temporada apagada no ano passado e faz outra, agora. Mas tem mercado, e algumas opções. A Toyota, se não deixar a F1, é uma delas.

Outra seria a Brawn GP, o que poderia interessar a ele. Se receber uma proposta séria, pode até abrir mão da multa da Ferrari. É algo que está em conversações. A terceira alternativa seria radical: disputar o mundial de rali, uma de suas paixões.

Barrichello dificilmente fica na Brawn, mas não está mais desesperado atrás de um carro, como no fim do ano passado. Renascido graças a um desempenho bem aceitável no time estreante que lidera o mundial, ele tem boas possibilidades na Williams, onde tem no seu proprietário Frank Williams um admirador, no lugar de Nico Rosberg. Este está quase acertado com a BMW Sauber, para o lugar de Nick Heidfeld.

A Brawn poderá ter problemas com dinheiro no ano que vem, porque a grana da Honda, da qual ainda vive, vai acabar. Raikkonen é um piloto caro, mas pode ser atraente para novos patrocinadores. Jenson Button certamente vai pedir aumento.

A entrada de três novas equipes no campeonato vai abrir seis vagas que poderão ser preenchidas por alguns pilotos que andam em baixa no mercado, como Heidfeld, Jarno Trulli, Nelsinho Piquet, Giancarlo Fisichella e Heikki Kovalainen. Este último pode ser substituído na McLaren por Adrian Sutil ou até Timo Glock. A Mercedes quer um alemão no time prateado.

Entre os pilotos top, três não se preocupam com o futuro: Sebastian Vettel fica na Red Bull, garante o time; Felipe Massa permanece em Maranello; e Lewis Hamilton não sai da McLaren.

Ontem começaram os treinos para o GP da Alemanha, em Nürburgring. Hamilton foi o mais rápido do dia, mas é fogo de palha. “Nossa realidade é tentar largar entre os dez primeiros”, falou o inglês.

Vettel e Mark Webber, a dupla da Red Bull, é favorita à pole hoje, no treino que define o grid a partir das 9h de Brasília. Faz muito frio na região, o que favorece o time dos energéticos.