O Atlético ainda não conseguiu firmar o contrato de financiamento de R$ 131 milhões que vai receber da Agência de Fomento do Paraná, por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, antes de receber a primeira parcela, terá de assegurar que as garantias serão dadas, seguindo as especificações acordadas inicialmente. Para conseguir a liberação dos recursos, o Furacão, por meio da CAP S/A, assegurou a hipoteca o CT do Caju e se prontificou a ceder 174.891 cotas do potencial construtivo, equivalentes a R$ 87,445 milhões. Por ora, porém, o clube não pode cumprir a palavra dada, correndo o risco de os recursos ficarem retidos na Agência de Fomento do Paraná, até que cumpra as obrigações previstas em contrato, que deveria ter sido assinado ontem.
Como já utilizou 60 mil do total das cotas recebidas, a CAP S/A só poderá cumprir as exigências se a Câmara Municipal de Curitiba aprovar o aditivo da lei do potencial construtivo, que amplia o total de cotas de 174.891 para 246.134 – projeto recentemente retirado para reavaliação, por ordem do prefeito Luciano Ducci. Sem essa emenda, a empresa criada para gerenciar os recursos terá de buscar outras alternativas. “A Fomento é uma instituição financeira. Se alguém vem até ela, e diz que vai comprar um carro e oferece a garantia A, mas não pode entregar a garantia A, terá que entregar a garantia B”, explica de maneira figurada o diretor de mercado e relações da Fomento Paraná, Alexandre Teixeira.
Isso reforça as informações recentes trazidas pela Tribuna, de que o Atlético poderia oferecer seus recebíveis à instituição, o que comprometeria todos os ganhos do clube com a utilização da nova Arena da Baixada. Entre eles, podem entrar a venda de camarotes, quadro de sócios, bilheterias e contrato de direitos de nome (naming rights). São especificações que são citadas em contrato, cujo texto abrange “todos os recebimentos de recursos provenientes da gestão financeira da operação Arena”.
Até que a prefeitura e a Câmara não se manifestem oficialmente sobre a votação do aditivo, a Fomento não vai entrar em detalhes sobre as providências a serem tomadas. “Estamos aguardando, mas a prefeitura deve emitir estes títulos faltantes. No momento adequado, se não vier [a emissão dos títulos] isso é outro assunto”, disse Alexandre Teixeira.