A criação de uma liga para organizar as competições do futebol brasileiro foi praticamente sepultada nesta segunda-feira em reunião do presidente da CBF, José Maria Marin, com os dirigentes de quase todos os clubes de Rio e São Paulo – com exceção do Corinthians, único a não enviar representante – que vão disputar a série A do Brasileirão 2012. Os cartolas decidiram dar um voto de confiança a Marin.

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“Por que liga? Por que agora? A posição do São Paulo é esta, não tem liga agora”, disse o presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio. “O Clube dos 13 nem sequer morreu”, afirmou o dirigente, apesar da dissolução da entidade, no ano passado. “E o Clube dos 13 tinha um ‘oxigênio’. Ele negociava os recursos da TV e retinha sua taxa de administração. E a liga, vai viver de quê?”

Os recentes contratos com a TV Globo foram negociados individualmente pelos clubes e valem até 2015. “E por que isso agora, que o Marin está assumindo? Por que se fala em liga agora, oportunisticamente, e não se falava antes?”, questionou o cartola são-paulino. Ele, no entanto, não quis citar quem seriam os presidentes de clubes que, “oportunisticamente”, estariam incitando o debate sobre a criação da liga.

A presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, enfatizou que os quatro grande clubes do Rio também têm posição fechada. “Há um consenso e caminhamos conjuntamente. Esta discussão nem vai entrar em pauta”, disse.

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Somente não compareceram os presidentes de Corinthians e Santos. O clube da Vila Belmiro, no entanto, enviou como representante o vice, Odílio Rodrigues Filho. Os presidentes das federações paulista, Marco Polo Del Nero, e do Rio, Rubens Lopes, também participaram. Aos dirigentes, Marin prometeu melhorias na arbitragem, com a possível adoção de novas tecnologias, e a criação de ouvidoria na CBF para aumentar a relação com os clubes e torcedores.

“Rio e SP estão bem coesos. Não há espaço para uma liga de futebol”, afirmou Rubens Lopes. O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, reclamou das receitas de competições da Conmebol (Copas Libertadores e Sul-Americana), muito menores, segundo ele, que a importância dos clubes brasileiros.

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COMPARAÇÃO – Juvenal comparou Marin, são-paulino e ex-atleta do clube, a Michel Platini e Franz Beckenbauer. “Um desportista! Não se elogia muito o Platini? O Beckenbauer? Por que o Marin, que foi atleta de futebol, dirigente de federação, que governou SP, não pode governar a CBF?”