Os cortes dos franceses Frank Ribéry e Clément Grenier, além do capitão da Rússia, Roman Shirokov, confirmados nesta sexta, engrossaram uma lista desagradável para os amantes do futebol: a de jogadores que não disputarão a Copa em virtude de lesões. Até sexta, pelo menos 37 atletas já ficaram de fora do torneio em virtude de lesões.
O francês foi cortado após fazer a foto oficial da seleção, em razão de dores nas costas que o impediam de treinar. “É a morte da alma ser forçado a deixar a Copa. Deixo meus companheiros de coração pesado, mas eu sei que eles vão dar o máximo para a camisa azul”, disse o camisa 7 do Bayern de Munique. “Apesar de todo o esforço da equipe médica, era inevitável. Sou agora o torcedor número 1”, acrescentou ao site da Federação Francesa de Futebol.
O número de 37 cortes leva em consideração todos os jogadores que tinham grande chance de disputar o Mundial, não apenas os que foram substituídos depois de convocados. Esses foram os casos, por exemplo, do goleiro espanhol Victor Valdés e do meia alemão Ilkay Gundogan, do Borussia Dortmund. Enquanto o espanhol contundiu gravemente o joelho no mês de março, em partida pelo Barcelona, no campeonato espanhol, o alemão de origem turca lesionou a coluna cervical ainda em agosto de 2013 e não jogou desde então. O atacante italiano Giuseppe Rossi, apesar de recuperado de uma lesão no joelho, acabou sendo cortado pela falta de ritmo de jogo.
Entre as ausências, algumas peças se destacam, como o atacante colombiano Falcao García. Cortado na segunda-feira, o artilheiro do Monaco rompeu um ligamento do joelho esquerdo em janeiro, em jogo contra o Chasselay, da 4.ª divisão, pela Copa da França. Além de Falcao, destacam-se os seguintes desfalques: os meias Rafael Van der Vaart e Kevin Strootman, pela Holanda; Thiago Alcântara, meia da Espanha; Riccardo Montolivo, meio-campista da Itália; o atacante Theo Walcott, da Inglaterra, e o centroavante alemão Mario Gomez, que assim como o atacante Giuseppe Rossi foi preterido por passar a maior parte da temporada lesionado.
SOBRECARGA DE TREINOS – Segundo levantamento feito pelo Centro de Traumatologia do Esporte (CETE) da Unifesp, a maioria das contusões teve relação direta com a sobrecarga de treinos, em detrimento de problemas ocasionados por faltas mais fortes. Mesmo assim, Fabiano Cunha, ex-coordenador médico da Portuguesa, explica que algumas lesões proporcionadas por faltas têm relação com o desgaste físico.
“As fraturas que os meias Riccardo Montolivo e Luis Montes sofreram no último sábado foram por estresse. Neste tipo de lesão, comumente causada pelo tempo escasso de recuperação dos atletas, o desequilíbrio e a fadiga muscular diminuem a absorção do impacto sobre o osso, deixando-o mais suscetível a fraturas”, afirmou.
O médico do Palmeiras Rubens Sampaio explica algumas das razões dos problemas físicos surgirem às véspera do Mundial. “A temporada na Europa, onde a maioria dos atletas joga, acaba a menos de um mês do início da Copa. É inevitável que surjam muitos problemas musculares. Uma pausa de 45 dias entre o final do calendário europeu e o início do Mundial já melhoraria bastante esse quadro. Talvez ainda não fosse o ideal, mas certamente elevaria o nível técnico do torneio”, diz.
Há uma legião de atletas que ainda é dúvida para a disputa da Copa do Mundo. Cristiano Ronaldo, craque do Real Madrid e da seleção portuguesa, atual Bola de Ouro da Fifa, sofre de uma tendinite no joelho esquerdo e ainda não tem a presença confirmada neste Mundial. Outra situação preocupante é a do jogador uruguaio Luiz Suárez. O atacante foi submetido a uma cirurgia de emergência no dia 22 de maio – para corrigir uma lesão de menisco. Suárez também foi o artilheiro do último Campeonato Inglês, com 31 gols marcados.