Craques invadem avenida

Um dia de folga no Carnaval. Com todos os campeonatos estaduais em andamento – e também a Libertadores, para São Paulo e Palmeiras -, os jogadores brasileiros não puderam aproveitar muito a festa de Momo. Quem pôde foi curtir o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. E o domingo da Marquês de Sapucaí tornou-se o dia do encontro de atletas e técnicos de várias equipes nos camarotes destinados às ?celebridades?.

Em ano de Copa do Mundo, alguns jogadores foram disputados a tapa pelas cervejarias que dividiam as atenções no Sambódromo. Com alto senso de oportunismo, a AmBev decidiu transformar seu camarote (na verdade, um espaço que é normalmente de 24 camarotes) em um ponto de encontro de esportistas. Com uma decoração lembrando as ruas cariocas nos dias de jogos da seleção, a empresa conseguiu reunir dezenas de estrelas do futebol.

Algumas, como o ex-craque argentino Diego Maradona, teriam ido por conta de um polpudo cachê (R$ 200 mil reais). Empresa e Dieguito negaram o pagamento. Mas o esperado frisson na chegada dele ao camarote aconteceu – e mais agitação do que a chegada de qualquer outra ?celebridade?, de artistas de TV a outros jogadores. Foi o único momento de tumulto no espaço, por causa dos fotógrafos e cinegrafistas que se acotovelaram para captar algo do argentino.

Outra figura bastante requisitada foi o técnico do Atlético, Lothar Matthäus, que estava acompanhado da esposa Marijana. Após ter que encarar algumas entrevistas ?engraçadinhas?, ele mandou um recado para os torcedores do Furacão em entrevista à TV Iguaçu. ?Espero que a alegria que eu vejo nesta festa possa ser semelhante à que os atleticanos venham a ter neste ano?, disse.

Ele, assim como outros técnicos e jogadores, só tinham o domingo no feriadão. ?Tenho que voltar amanhã (segunda) cedo, temos treino no Parque São Jorge?, confessou o técnico do Corinthians, Antônio Lopes, momentos antes de entrar no estúdio armado pela TV Record no camarote. O Delegado disse que segue acompanhando os times da capital. ?O Atlético está muito bem com o Matthäus, e o Coritiba está se remontando. Torço por eles assim como para o Paraná, tenho muitos amigos em Curitiba?, comentou. Assim como Lopes, o técnico do Goiás, Geninho, também passou pelo camarote para entrevistas e para aproveitar o único dia de folga – e para uma conversa com o hoje comentarista Júnior.

Se para os técnicos o momento era de descanso, para os jogadores era a chance de aproveitar. De São Paulo chegou uma ?comitiva?, comandada por Carlos Alberto (Corinthians) e Edmundo (Palmeiras). O ex-Coritiba Enílton estava lá, assim como o paranaense – de Bandeirantes – Nilmar, artilheiro do Timão e do Campeonato Paulista. ?Nunca imaginei que iria chegar aqui. É a primeira vez que venho ao desfile, e estou muito feliz?, disse o atacante, ainda esperançoso em ir à Copa. ?Faço meu trabalho e tenho certeza que o Parreira vai chamar os que ele acha que são os melhores?, resumiu.

Quase recluso estava o técnico da seleção brasileira de vôlei feminino, José Roberto Guimarães. ?Estou aqui porque minha filha trabalha no camarote?, contou, quase que se desculpando. Mais animado estava o Furacão da Copa de 70, Jairzinho, que foi aos microfones fazer um alerta aos craques da seleção – no final das contas, os responsáveis por todo aquele aparato. ?Espero que eles entendam que só vão perder a Copa para eles mesmos?, finalizou.

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