Coxa x Paraná, clássico longe de casa

?É estranho.? A singela observação de Reginaldo Nascimento já resume a principal característica do jogo das 21h45 entre Coritiba e Paraná, no Estádio Willie Davids, em Maringá. Pela primeira vez na história dos confrontos oficiais entre os dois times, a partida não acontece em Curitiba.

Mas, como sempre, há algo importante em jogo -não tanto para o Coxa, já garantido como primeiro do grupo A, mas para o Tricolor, que precisa desesperadamente da vitória e, ao mesmo tempo, torce contra o Roma, adversário direto na luta pela última vaga do grupo.

Para o Cori, é a última partida de um período desgastante, repleto de viagens mas bem-sucedido -afinal, o time conseguiu as classificações na Copa do Brasil e no Paranaense. Apesar de não encher os olhos da torcida em grande parte das vitórias, Antônio Lopes valoriza sempre que pode o rendimento do time, ainda mais neste último período, em que o elenco viajou para Recife, foi e voltou para Maringá e teve duas passagens por Curitiba. Em campo, o Delegado vai colocar os titulares para jogar, inclusive os meias Marquinhos e Luís Carlos Capixaba, que foram poupados na vitória sobre o Rio Branco por 3×1, domingo.

O Paraná Clube vive momentos de turbulência. Por mais que tenha ?renascido? após o empate entre Roma e Engenheiro Beltrão, o time de Lori Sandri está no meio do fogo cruzado. De um lado, as críticas à fraqueza da equipe, vindas da imprensa. De outro, a própria diretoria, que chegou a anunciar previamente dispensas, mas que teve que recuar por causa da retomada da possibilidade de classificação. Lori conta com o retorno de Fernando Lombardi, que formará a defesa com João Vítor e João Paulo – a trinca titular do Tricolor. Lombardi, que fraturou o nariz, joga com uma proteção de acrílico no local. ?O mais importante é pensar no jogo, sem pensar nos outros jogos ou nos nossos problemas?, resume o zagueiro.

O Coritiba luta para assegurar a melhor campanha da primeira fase, o que daria certamente vantagens de mando de campo nas quartas-de-final e semifinal – na final (assim como nas fases anteriores), somam-se os pontos de todas as partidas do campeonato. A disputa é particular com o Atlético, já que ambos têm 28 pontos, e estão separadas por dois gols de saldo favorável ao Furacão. Vale o simbólico título de campeão da primeira fase do paranaense.

Já o Paraná não precisa fazer tantas contas como se imaginava. Basta vencer o Cori e esperar um triunfo do Rio Branco contra o Roma – o jogo acontece em Paranaguá. Pela vantagem que a Adap tem no saldo de gols, o Tricolor, caso se classifique, termina a fase na quarta posição do grupo A, enfrentando o Atlético no final de semana (ou o Iraty, caso aconteça uma combinação de resultados).

A partida acontece no Norte do Estado como parte do acerto feito entre Coritiba e Prefeitura de Maringá para a utilização do Willie Davids pelo Alviverde. É o último jogo coxa por lá, e a diretoria espera que o público seja igual ou superior ao da partida contra a Adap, a primeira realizada na Cidade Canção, quando quase 5 mil pessoas foram ao estádio.

O que o Paraná menos quer falar é que esta partida seja a última. Eliminado, o elenco será drasticamente reduzido e a diretoria terá que usar o mês que terá livre para montar um novo grupo, o que é complicado no atual momento tricolor. E aumentaria ainda mais a ira da torcida com o clube.

Por isso, como sempre, o que interessa para os dois lados é a vitória. Cada um tem seus motivos, mas o objetivo da dupla é bem claro – e bem parecido. Coritiba e Paraná querem vencer para manter bem vivo o sonho do título estadual.

CAMPEONATO PARANAENSE
1ª Fase – 2º Turno – 7ª Rodada

Em campo

Local:
Willie Davids (Maringá)
Horário:
21h45
Árbitro:
Carlos Jack Rodrigues Magno
Assistentes:
Gilson Bento Coutinho e Gilson Pereira

Coritiba x Paraná

Coritiba
Fernando; Rafinha, Alexandre, Reginaldo Nascimento e Rubens Júnior; Pepo, Luís Carlos Capixaba, Marquinhos e Rodrigo Batatinha; Nunes e Marciano. Técnico: Antônio Lopes

Paraná
Flávio; Fernando Lombardi, João Paulo e João Vítor; Alex, Goiano, Messias, Thiago Neves e Vicente; Marlon (Hideo) e Renaldo. Técnico: Lori Sandri

Batatinha jura que não guarda mágoas

A carreira de Rodrigo Batatinha se divide em duas – antes e depois do Paraná. O armador não teve as chances que esperava em Vila Capanema, e acabou deixando o clube para aparecer no futebol. Primeiro ainda pertencendo ao Tricolor, emprestado ao futebol japonês. Depois, jogando pelo Malutrom e pelo Paulista de Jundiaí, adquiriu a bagagem necessária para voltar a Curitiba. Só que jogando pelo Coritiba, clube em que teve os principais sucessos profissionais. Hoje, Batatinha enfrenta seu ex-clube, e garante que não tem qualquer mágoa.

Para o meio-campista, nem há como guardar tristezas do Paraná. ?Foram onze anos defendendo o clube. E eu comecei ainda no Esporte Clube Pinheiros, jogando futsal?, conta Rodrigo, que profissionalizou-se em 1997, junto com uma geração de nomes conhecidos, como Reginaldo Vital e Tcheco. ?Mas eu realmente não tive oportunidades. Quando fui para o Japão, joguei bem e pensei que no meu retorno eu iria ser chamado para jogar no time principal?, lamenta.

Sem espaço, Batatinha foi parar no Malutrom, onde despertou o interesse do Coxa. Ano passado, ele foi um dos heróis do bicampeonato estadual, mesmo jogando poucas partidas. As atuações dele despertaram o interesse do Lobos Buap, do México, onde atuou até voltar para o Alto da Glória, no início de fevereiro. Hoje, ele volta a ser titular, e seu estilo ?formiguinha? agrada em cheio ao técnico Antônio Lopes. ?Fico satisfeito pela força que eu estou recebendo?, comenta.

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