O Coritiba quase complicou uma das semanas mais tranqüilas da temporada – ou, pelo menos, do campeonato brasileiro.
Após vencer o São Caetano, e recuperar-se na competição, viveu dias de ansiedade e de muitas especulações. Começou com a nova lesão de Aristizábal, passou pelas propostas por Luís Mário e terminou com a rumorosa sondagem do Corinthians por Reginaldo Nascimento. É esse ?agitado? Coxa que enfrenta o Grêmio, às 16h, no Olímpico, em Porto Alegre.
Sim, porque tantas notícias também mexeram com o dia-a-dia alviverde, que ainda teve dois julgamentos – o de Aristizábal em Curitiba, e o de Vagner no Rio de Janeiro (ambos foram absolvidos). Foi preciso muita calma e muito trabalho do técnico Antônio Lopes para evitar que os sobressaltos dos últimos dias chegassem com força ao campo. “A gente ficou meio preocupado, mas é normal que isso aconteça”, garante o técnico.
Esse alívio foi mais forte quando, ainda na noite de quinta, confirmou-se a permanência de Reginaldo Nascimento, que está acertando a renovação de seu contrato (ver matéria). Um dos mais tensos era Miranda, companheiro do capitão na defesa. “Ele é um jogador muito importante para o grupo. Saber que ele vai ficar nos tranqüiliza. E ainda mais por saber que ele vai estar em campo contra o Grêmio”, resume o zagueiro.
Com isso, Antônio Lopes conseguirá colocar em campo o que o Coxa tem de melhor para o momento – Jucemar, Márcio Egídio e Ari seguem no departamento médico. Ele optou por uma formação mais ?leve?, com Rafinha na lateral-direita e Ricardo na armação (Roberto Brum segue como volante). Mesmo assim, a prioridade é manter a forte marcação. “Nós temos que aperfeiçoar o que deu certo contra o São Caetano”, confirma o volante Ataliba.
Para os jogadores (e também para Lopes), o cerco às principais peças do Azulão foi fundamental para a vitória. Tanto que o Cori se sente preparado para enfrentar o ataque gremista, que conta com o veloz Marcelinho e com o centroavante Christian, autor do único gol da partida do ano passado, em Porto Alegre. “No domingo, tivemos que marcar o Euller e o Fabrício Carvalho, que têm características semelhantes”, lembra Ataliba.
Quando com a posse de bola, a ordem é aproximação e criação de jogadas para Tuta e Luís Mário. “O pedido do Lopes é para chegar no ataque”, resume Ricardo, que pouco atuou como armador na carreira – a entrada dele tem como principal justificativa o apoio a Adriano pela esquerda. “Precisamos dessa força, porque será assim que vamos conquistar a vitória”, resume Antônio Lopes.
CAMPEONATO BRASILEIRO
10ª rodada
Local: Olímpico (Porto Alegre-RS)
Horário: 16h
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP)
Assistentes: Valter José dos Reis (FIFA-SP) e Márcio Luís Augusto (SP)
TV: Canal 76 Premiere
Grêmio x Coritiba
Grêmio
Tavarelli; Michel, Tiago Prado, Fábio Bilica e Michel Bastos; Claudiomiro, Léo Inácio, Luciano Ratinho e Rico; Marcelinho e Christian. Técnico: José Luís Plein
Coritiba
Fernando; Rafinha, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Ataliba, Roberto Brum, Luís Carlos Capixaba e Ricardo; Tuta e Luís Mário. Técnico: Antônio Lopes
Reginaldo Nascimento não renova
Ele fica, mas não se sabe até quando. O capitão Reginaldo Nascimento não aceitou a proposta de renovação de contrato até o final de 2005 feita pelo Coritiba, encaminhando o término de sua passagem pelo clube. Entretanto, o zagueiro não pensa em sair agora do Alto da Glória, e está confirmado na equipe que enfrenta o Grêmio nesta tarde.
Em entrevista ao programa Tribuna no Esporte, da TV Iguaçu, o capitão coxa confirmou a proposta do Corinthians e explicou o porquê da negativa. “Eu recebi uma sondagem na quarta-feira, e antes de qualquer coisa precisava falar com o presidente (Giovani Gionédis). Tenho uma relação muito forte com o Coritiba, e não poderia largá-la assim”, disse.
Além disso, pesou a adaptação da família a Curitiba, onde vive há sete anos. “Tinha que pensar na minha esposa, na minha filha. Não poderia sair brigado de um clube que me deu tanta coisa em tanto tempo”, reconheceu Nascimento, que não comentou os valores da proposta do Timão – R$ 40 mil mensais, que, segundo a Agência Estado, seria igual ao salário que ele recebe no Coxa.
Mas Reginaldo acabou recusando também a oferta alviverde. Gionédis, na reunião de quinta, propôs a renovação imediata até o final de 2005. “Eu fico muito feliz com essa proposta do presidente. Só que eu prefiro cumprir meu contrato até o final do ano, e depois ver o que vai acontecer”, resumiu o capitão alviverde, em tom de despedida.