Afonso, coordenador físico e Ari: métodos de recuperação. |
O gramado do CT da Graciosa foi trocado pelo departamento médico na tarde de ontem. O saldo da partida contra o Internacional foi um ponto na tabela e cinco jogadores no departamento médico. Somados aos seis atletas que já estavam no DM, nada menos que um time estava fora de combate ontem. Segundo o médico do clube, William Yousef, tudo reflexo do excesso de jogos do mês de abril. “A musculatura dos atletas foi muito exigida, especialmente nos jogos da final. Com a seqüência de jogos, as contusões acabam surgindo.”
Durante a partida contra o colorado, o lateral-esquerdo Lira e o zagueiro Miranda torceram o tornozelo e Fernando levou uma pancada no joelho. “Eles não preocupam para o Atletiba, mas estão sendo tratados”, explicou o médico William Yousef. Já o atacante Luís Mário, que deixou o gramado sentindo dores na coxa direita, está vetado antecipadamente. Tuta, que também saiu de campo reclamando de dores musculares, ainda tem possibilidade de entrar em campo domingo. “Ele passará por exame mais detalhado, mas a dor está mais amena. Vamos lutar para deixá-lo inteiro para o Atletiba.”
O lateral-esquerdo Ricardinho, que foi vetado antes da partida devido a um forte resfriado, já está treinando e deve ser o titular no Atletiba. Já o zagueiro e capitão Reginaldo Nascimento, com problema na coxa, e o lateral-direito Jucemar, com dores na região pubiana, serão reavaliados hoje para saber se terão condições de jogo. “Eles estão tendo uma boa recuperação”, disse Yousef.
De antemão, o DM já vetou mais uma vez o lateral-esquerdo Adriano. Ele sofreu um estiramento no último Atletiba da decisão (dia 18) e segue na recuperação. A previsão de liberação era para a quarta rodada, mas o jogador ainda não está 100%. “O Adriano é um jogador que corre muito, exige muito dos músculos. É necessário esperar a sua recuperação total.”
Outra gelada. Só que para recuperar jogadores
Não é só contra os adversários dentro de campo que o Coritiba está lutando. O excesso de jogos pela final do Campeonato Paranaense, Libertadores e início do Brasileirão acabou estafando os principais jogadores do time. A comissão técnica sabe disso e está tentando amenizar o desgaste com um plano especial para deixar os atletas em condições de jogo, apesar da proximidade das partidas. O coordenador de preparação física, José Afonso, explica que para evitar microlesões, o clube adotou a crioterapia. O nome parece estranho, mas o procedimento é simples. “Temos tonéis que são cheios com água gelada, nos quais os atletas entram e permanecem por um determinado tempo. O frio contrai os vasos sangüíneos, recuperando o tecido”, explicou. No início, Afonso conta que os jogadores tinham certa resistência ao “tratamento de choque”. “O Aristizábal, por exemplo, ficou apenas 10 segundos na primeira vez. Agora, fica até dez minutos. Eles perceberam que o tratamento ajuda.”
No dia seguinte aos jogos, o tratamento é inverso. Os jogadores que atuaram nas partidas fazem hidroterapia, na piscina aquecida do CT da Graciosa. “Os vasos sangüíneos se abrem e a musculatura é vascularizada, voltando ao normal e acelerando a recuperação.”
Energético
O departamento de fisiologia do clube, comandado pelo médico Rodrigo Camargo, também trabalha na recuperação dos atletas. Há um mês, os jogadores tomam um reforço de carboidratos duas horas antes dos jogos. “Esse carboidrato, que dá energia ao músculo, fica na reserva e começa a ser usado da metade para o final do jogo”, explica Camargo. Segundo ele, graças a esse reforço alimentar o Coritiba conseguiu correr atrás do marcador nos dois últimos jogos. “Eles tiveram uma energia a mais para reverter o placar adverso.” O mesmo suplemento é tomado no dia seguinte ao jogo, para ir sendo depositado como reserva.
A reposição de nutrientes também é feita através de sachês enérgicos, ministrados antes, durante e após os jogos. “É um complemento fundamental para atletas de ponta e usados na medida exata recomendada. O intuito é a reposição de energia para o músculo”, finalizou.