A cena: reta final da partida entre Atlético-MG e Coritiba, no Mineirão, domingo. Após fazer as três alterações, o técnico Antônio Lopes recebe um inusitado pedido do meia (então improvisado na lateral-direita) Luís Carlos Capixaba. Ele, totalmente fatigado, queria deixar o jogo, o que era impossível – a não ser que o time ficasse com dez jogadores.
Este era o retrato do Coxa depois de jogar nove partidas nos últimos 29 dias, em uma média de um jogo a pouco mais de três dias. O desgaste de Capixaba, um dos que mais sentiram a seqüência, representa todo o esforço que o elenco passou no período. “Realmente ele me pediu, mas eu já tinha processado as três alterações. Mas o cansaço dele é perfeitamente compreensível”, admite o treinador coxa.
Segundo Lopes, o momento de maior exigência para o Cori no Brasileiro acabou coincidindo com as duas partidas pela Copa Sul-Americana – o time foi eliminado pelo São Caetano, que enfrenta o São Paulo esta semana pela competição continental. “Esses jogos da Sul-Americana realmente nos atrapalharam. O time ia acabar sentindo o desgaste uma hora ou outra”, confessa o Delegado.
O reflexo do cansaço foi visto no Mineirão. Depois de boas partidas, o time voltou a apresentar falhas e perdeu a segunda partida no returno – e a terceira no período (as outras foram para São Caetano e Atlético). “Além daquelas partidas, nós tivemos uma partida de exigência grande, que foi a contra a Ponte Preta”, completa Antônio Lopes.
Mas os números não observam se o time está cansado ou não. Para o Coxa, perdeu-se uma oportunidade de conseguir subir mais uma posição na tabela. No final das contas, o time terminou a rodada na 11.ª colocação, ficando agora também atrás do Fluminense. Além disso, viu aumentar a distância dos primeiros colocados (ver matéria).
Mesmo assim, Lopes vê no elenco do Coritiba possibilidade de recuperação. “Nós perdemos apenas uma partida após uma série de bons resultados. Agora é o momento de pensarmos no que podemos fazer, e sei que o grupo pode nos colocar em um lugar melhor”, afirma ele, para depois retomar o pensamento básico alviverde nos últimos dias. “Só que precisamos olhar cada partida de uma vez, e o momento é de pensar no Palmeiras”, finaliza o Delegado.
Descanso
Após um dia de folga, os jogadores do Cori retomam hoje suas atividades. A intenção da comissão técnica é reduzir a carga de trabalhos para que o elenco se recupere. Hoje e amanhã os titulares devem ser poupados, realizando apenas trabalhos regenerativos.
Seqüência de jogos desgastou o grupo
A derrota para o Atlético-MG deixa o Coritiba mais longe da vaga na Libertadores. Agora, a distância do 3.º colocado (o Goiás, com 52 pontos) é de oito pontos, e para o quarto (São Caetano, soma 49, empatado com São Paulo e Juventude), que disputará seletiva, é de cinco.
Mas o Coxa tem uma vantagem em relação aos concorrentes. Na reta final da competição, o Alviverde terá nove jogos em casa, e sete fora. Fazendo a ‘lição’ e mantendo o rendimento longe do Couto, a chance de melhorar na classificação é grande. Ainda mais nas próximas oito rodadas, quando joga seis em Curitiba.
“Nós temos essa vantagem, e não podemos desperdiçá-la”, adverte o atacante Aristizábal, que prefere manter a calma mesmo depois da derrota para o Galo. “O futebol é assim. Às vezes a gente ganha, às vezes perde. O mais importante é que estamos fazendo boas partidas”, afirma Ari.
Só que o Coxa ainda não conseguiu fazer do Couto realmente a sua casa. Até agora, em catorze jogos, foram sete vitórias, três empates e quatro derrotas (57,14% de aproveitamento), tendo apenas a 17.ª campanha em seus domínios. Mantendo essa média, o time conseguiria 15 pontos – caso atingisse a porcentagem do Goiás (77,08%), que tem a melhor campanha jogando em casa, o Cori conquistaria 21.
