Coxa pode pegar o Fogão com cinco no meio

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Cuca tem dois planos para
enfrentar o Bota. Em qualquer um,
Caio está garantido.

Durou menos de 24 horas a escalação de Marcelo Peabiru. O centroavante, que seria a grande novidade do Coritiba, sentiu a coxa direita, foi vetado pelos médicos e virou o desfalque da equipe para a partida de amanhã, às 16h, contra o Botafogo, no Couto Pereira. E, de uma hora pra outra, o técnico Cuca se viu sem condições de montar o sistema de jogo que pretendia. E o jeito foi testar um novo esquema. Se não dá para contar com os centroavantes, o Coxa pode "atacar" de meio-campistas.

Foi esta a observação feita por Cuca no treino de ontem à tarde, no CT da Graciosa. Ele escalou Reginaldo Nascimento, Luís Carlos Capixaba, Caio, Marquinhos e Jackson, deixando apenas Alexandre no ataque. Assim, o Cori ficaria mais rápido e técnico. "É uma situação interessante, só que nós trabalhamos muito pouco esta formação. Preciso avaliar ainda mais", reconhece o treinador alviverde.

Mas, à primeira vista, ele gostou. Caio, Marquinhos e Jackson deram outra dinâmica à equipe, que abusou dos deslocamentos e passes rápidos. "A gente cria muitas opções", diz Marquinhos, que reeditará contra o Fogão a dupla bem sucedida com Caio. "É bom, porque temos todas as condições de fazer o que fizemos no Paraná", comenta o armador. "Espero muito dos dois, apesar de saber que ambos ainda não estão no melhor da forma", reconhece Cuca.

Até por isso Jackson torna-se uma peça importante. Jogador mais regular do Coritiba nas últimas partidas, o meio-campista complementa os estilos de Caio e Marquinhos – além de ser um fiel cumpridor das ordens do técnico. Ainda sem saber se realmente vai jogar, ele garante que fará exatamente o que Cuca pedir.

A preocupação maior do treinador coxa é com uma possível vulnerabilidade do sistema defensivo. O time atuará com apenas dois zagueiros (Flávio e Miranda), e por isso os laterais Rafinha e Rubens Júnior e principalmente o capitão Reginaldo Nascimento, que volta à primeira função do meio-campo, terão que ficar atentos. "Minha incumbência é fazer com que os meninos da frente possam jogar", explica o volante.

Plano B

Caso Cuca prefira manter o que vinha pensando (ter uma referência no ataque), a opção será a entrada de Negreiros. Foi o atacante quem começou o coletivo de ontem, mas como está sem ritmo, teve dificuldades. Tiago, que vinha sendo o titular, fica no banco de reservas. "Ele é um garoto, tem apenas 20 anos. Talvez seja melhor agora criar uma nova situação para ele, entrando no segundo tempo", justifica Cuca.

Falta a seqüência de vitórias

A partida de amanhã, contra o Botafogo, é a 12.ª chance para o Coritiba iniciar uma seqüência positiva neste Campeonato Brasileiro. Apesar de já ter cinco vitórias na competição, em momento algum a equipe conseguiu dois triunfos seguidos – toda vitória foi sucedida por uma derrota. Além de brigar pela recuperação, o Coxa persegue a constância contra os cariocas.

O caminho alviverde até o momento é inusitado: na primeira rodada, 1×0 no Fortaleza, seguido pelo 3×2 imposto pelo Santos. O Coxa venceu o Palmeiras e depois foi derrotado pelo São Paulo. Goleou o Fluminense e perdeu em casa para o Juventude. Derrotou o Paraná Clube e foi suplantado pelo Goiás. E, finalmente, passou pelo Paysandu e perdeu para o Atlético. Juntando ao empate com o Vasco, está aí a campanha do Coxa – cinco vitórias, um empate e cinco derrotas.

Para os jogadores, o time não conseguiu aproveitar os bons momentos que teve. "Nós jogamos boas partidas e perdemos. Assim perdemos ótimas oportunidades de embalar no Brasileiro", reconhece o meia Jackson. "É uma coisa que nós não conseguimos e que realmente é muito importante. No momento em que conseguirmos dois bons resultados seguidos, vamos ter a confiança que está faltando", completa o goleiro Vizzotto.

O técnico Cuca diz que o Coritiba foi infeliz em alguns jogos. "Tivemos possibilidade de vencer várias dessas partidas, mas não aconteceu", comenta ele, que esperava ter três vitórias seguidas contra Papão, Atlético e Fogão – mas que confia que a seqüência enfim se iniciará contra os cariocas. "Eu confio muito neste grupo, sei que estão todos preparados para conseguir uma vitória no domingo", finaliza.

Cuca se emociona com "tri"

Quatro técnicos foram lembrados após a conquista da Copa Libertadores pelo São Paulo. O primeiro foi, claro, Paulo Autuori, o comandante da equipe tricampeã. Depois, Telê Santana, que conquistou os dois títulos anteriores (92 e 93). E os outros dois foram Emerson Leão e Cuca, citados por Autuori como co-responsáveis pelo título – além disso, o hoje técnico do Coritiba foi lembrado por vários jogadores como importante na formação do grupo campeão.

E as declarações de Grafite, Fabão, Cicinho e Josué deixaram Cuca emocionado. "É bonito ouvir isso de profissionais com quem você trabalhou. Isto só prova a grandeza deles e explica porque eles foram campeões da América", comenta o treinador coxa, que comandou o São Paulo por dez meses. "Nós ficamos a dois jogos do título da Libertadores. E fizemos um trabalho de reconstrução do elenco", afirma.

Quanto às menções de Paulo Autuori, que logo em sua primeira declaração como campeão falou dos colegas, Cuca captou mais uma atitude nobre. "Foi elegante da parte dele, mas o campeão foi ele", afirma o técnico alviverde, que reitera o valor da conquista do São Paulo. "É um clube que se preparou para ser campeão", resume.

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