A crise não dá trégua para o Coritiba. Quando as más notícias pareciam se afastar do Alto da Glória, com o time conseguindo finalmente reencontrar o rumo das vitórias, os problemas financeiros voltam à tona e ameaçam o patrimônio do clube.
Mais uma vez, o Coxa corre o risco de ver penhorado o CT da Graciosa. O motivo é uma dívida de R$ 2 milhões com o INSS, em função de taxas trabalhistas não recolhidas entre outubro de 1994 e julho de 1999. O processo de penhora já está em andamento e, caso o Coritiba não quite a dívida, o Centro de Treinamentos Bayard Osna pode ir a leilão.
No ano passado, o clube já esteve ameaçado de perder o CT, devido a uma dívida com o Bradesco. Para evitar o leilão, o Coxa teve que usar parte do dinheiro arrecadado com a venda do lateral-direito Rafinha para o Schalke 04, da Alemaha, por cerca de R$ 14 milhões.
Outra penhora pode deixar o clube sem a receita proveniente do Clube dos 13. O goleiro Gilberto, que defendeu o Coxa em 1999 e 2000, cobra na Justiça uma dívida de R$ 960 mil. Além dele, o lateral-esquerdo Dutra, que também jogou pelo alviverde em 1999, pede R$ 220 mil.
O novo episódio da crise financeira coxa-branca foi revelado no veículo oficial do clube, o informativo Nação Coxa, distribuído no Couto Pereira no último domingo, durante o jogo do Coritiba contra o Paranavaí. O informativo faz questão de ressaltar que as dívidas são originárias de gestões passadas e que o atual presidente, Giovani Gionédis, está empenhado em evitar a dilapidação do patrimônio alviverde.
A Tribuna tentou conversar com a diretoria coritibana sobre quais medidas estão sendo tomadas para evitar a penhora dos bens do clube, mas não conseguiu o contato com Gionédis. ?Nós não vamos nos pronunciar sobre o assunto?, se limitou a dizer o vice-presidente André Ribeiro.
Renan, o vidente
O gol marcado no último minuto do jogo contra o Paranavaí serviu como um presente de Renan para a sua família. O meia alviverde diz que já estava prevendo que a partida seria o momento de seu primeiro gol como profissional e por isso convidou os parentes para irem ao Couto Pereira.
Renan diz que revelou sua intuição aos companheiros, na concentração. ?Estava no quarto e falei com a rapaziada que estava na hora de fazer o gol. Chamei inclusive minha mãe, que não costuma ir nos jogos, porque fica muito nervosa?, conta o jogador, que é, ao lado de Keirrison, um dos principais nomes da nova geração alviverde.
A expectativa de Renan e sua família quase foi frustrada, mas a chance de marcar apareceu no último lance do jogo. ?Na hora do pênalti, vi que era minha oportunidade. Eu sempre fui o batedor oficial nas categorias de base e estava muito confiante?, diz o meia.
Mesmo assim, ele precisou de duas cobranças para cumprir o prometido. ?Na hora, eu vi que o goleiro se adiantou, mas quando o Anderson Gomes marcou no rebote eu fiquei tranqüilo. Mas o árbitrou mandou voltar e eu pedi para bater de novo. Sabia que aquele gol ia sair?, garante Renan, que não desperdiçou a nova chance, garantindo a vitória coxa-branca.
Índio e Guaru devem reaparecer no clássico
O técnico Márcio Araújo espera ter à disposição um grupo mais forte para o clássico contra o Paraná Clube, no próximo final de semana. O Coritiba conta com os retornos do zagueiro Índio e do meia Guaru, que podem ser liberados pelo departamento médico para enfrentar o Tricolor.
Os dois jogadores estão afastados do time desde a partida contra o Paraná pelo primeiro turno, no dia 22 de janeiro, que terminou empatado em 1 a 1. Índio deixou o gramado do Couto Pereira com fortes dores musculares e desde então está passando por tratamento de fisioterapia e fortalecimento muscular.
A contusão de Guaru foi mais séria. O jogador havia iniciado bem o Campeonato Paranaense, marcando dois gols na vitória contra o Paranavaí por 2 a 1, no dia 19. Mas deixou o clássico ainda no primeiro tempo, com uma fratura no nariz, que o obrigou a passar por uma cirurgia.
Márcio Araújo terá toda a semana para definir o time que entrará em campo no Pinheirão. Uma mudança é praticamente certa. O zagueiro Ânderson recebeu o terceiro cartão amarelo e abre espaço para a estréia de Marcelo Batatais como titular. Outra alteração pode ser a entrada de Índio no lugar do atacante Ludemar, que vem irritando a torcida com péssimas atuações. Assim, o time passaria a jogar no 3-5-2.
A folga na tabela, que dá ao Coxa uma semana livre para se preparar para o clássico, agradou ao elenco alviverde. ?A gente pode ter um descanso no começo da semana e depois trabalhar forte para chegar bem no clássico?, comemora o meia Renan que, como todo o grupo que jogou no último domingo, teve a segunda-feira de folga.
